Malware avança sobre o Windows para ataques em massa aos caixas eletrônicos
As tentativas de fraude a bancos estão se tornando cada vez mais comuns e os cibercriminosos usam métodos sofisticados para roubar grande quantidade de dinheiro. “Temos testemunhado vários ataques grandes em caixas eletrônicos globalmente ao longo dos últimos meses – na Tailândia, Índia, na América Latina, em toda a Europa e em outros países ao redor do mundo. Nesses incidentes, os cibercriminosos conseguiram roubar milhões de dólares”, alerta Michal Salat, Diretor de Inteligência de Ameaças da Avast.
Os ataques aos bancos, segundo ele, são divididos em duas categorias principais: os que visam o consumidor e os que visam as instituições financeiras. Este último, destaca o executivo, está crescendo e tem como alvo os computadores dos funcionários e as redes internas. De acordo com o especialista da Avast, os cibercriminosos costumam usar ameaças persistentes avançadas (APTs), engenharia social ou ataques de phishing sobre funcionários internos e externos dos bancos a fim de obter acesso a sistemas internos. Em alguns casos, conseguem atacar isoladamente a rede interna do caixa eletrônico e, eventualmente, atacam fisicamente o mesmo, propagando a infecção para todas as outras máquinas na mesma rede, acrescenta Michal Salat.
“Um dos ataques mais recentes deste tipo foi uma infecção maciça de caixas eletrônicos russos através da rede interna de uma instituição bancária. De acordo com informações da mídia russa, o ataque foi especialmente interessante pois usava malwares sem arquivos gravados, executados na memória da máquina e resistente ao reinício do sistema operacional dos caixas eletrônicos infectados, geralmente baseados em Windows. Com essas informações, presumimos que o malware pode ser armazenado, por exemplo, no registro de inicialização-mestre do disco rígido da máquina (MBR), dentro do firmware (BIOS/UEFI) ou como poweliks malware, um tipo conhecido por se esconder no registro do Windows”, afirma o Diretor da Avast.
Depois disso, ao receber um código especial, o caixa eletrônico infectado entregará todo o dinheiro do primeiro dispensador, onde ficam normalmente armazenadas as notas de maior valor nominal. Este método também é chamado de “Ataque Jackpotting”, e já foi usado várias vezes no passado, diz Salat: “As infecções de caixas eletrônicos ocorrem com frequência cada vez maior, e estão gradualmente substituindo os métodos de skimming (‘chupa-cabra’), onde os criminosos tinham de colocar seu equipamento em um caixa eletrônico específico, tornando alto o risco de serem descobertos.”
Segundo ainda o diretor da Avast, os mais ousados grupos de fraudes bancárias são Metel, GCMAN, Carbanak, Buhtrp/Cobalt e Lazarus. “Todos esses são muito hábeis e são formados por profissionais com profundo conhecimento de tecnologia bancária, hacking e programação. Eles provavelmente estão ligados a grupos mafiosos e de lavagem de dinheiro e podem ter acesso a bancários corruptos e a ‘insiders’. Todos esses grupos estão há muitos anos na lista de várias instituições policiais como o FBI ou a Europol, mas seus líderes e membros ainda permanecem escondidos em algum lugar da infinidade da internet e da Dark Net.”, pontua o especialista.
Michal Salat lembra que, embora caixas eletrônicos geralmente sejam bem protegidos contra ataques físicos, quase todos usam o sistema operacional Windows (CE/2000/XP/7). O diretor da Avast diz que não há informações se os sistemas operacionais dos caixas eletrônicos são regularmente atualizados e corrigidos, e os caixas eletrônicos provavelmente dependem do software de segurança instalado na rede interna. “Mas uma rede é tão segura quanto o seu nó mais fraco – portanto, uma vez que a rede interna seja violada, os caixas eletrônicos na rede são um alvo fácil.”, completa.