Segurança

Prefeituras e Ministério da Justiça avaliam plataforma chinesa que alia IA à segurança pública

Depois de um piloto em Campinas, iniciado em março, a secretaria nacional de segurança pública do Ministério da Justiça e as prefeitura de Porto Alegre e Belo Horizonte foram à China conhecer de perto a plataforma tecnológica que combina inteligência artificial em câmeras espalhadas pelas cidades como ferramenta de segurança pública.

“Os estados estão quebrados e os municípios estão indo na mesma direção. Então esse conceito de que a gente vai aumentar a força policial não é realista. A expectativa de que vamos contratar guardas municipais para suprir a deficiência não é o caminho do mundo e muito menos do Brasil. Então tem que colocar tecnologia e inteligência”, afirma o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr.

Ele fez parte da comitiva convidada pela Huawei para conhecer a plataforma, já fornecida, em algum tipo de estágio, para 230 cidades em 90 países, com destaque para a própria China – em visita paralela ao Huawei Connect 2018, evento global da fabricante para analistas e parceiros tecnológicos, que acontece nesta semana, em Xangai.

A 100 km dali, os brasileiros viram de perto o centro de controle de 15 mil câmeras da cidade de Suzhou, que também tem acesso a outras tantas câmeras privadas. A promessa da Huawei é combinar a tradicional vigilância em vídeo com uma plataforma de inteligência artificial batizada de C-C4ISR, acrônimo em inglês para a solução Colaborativa de Comando e Controle, Comunicação, Cloud, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento.

A solução faz a integração das diferentes câmeras municipais, usadas por órgãos distintos para controle de trânsito ou prevenção de acidentes naturais, por exemplo. Além disso, associa inteligência artificial ao cruzar diferentes bases de dados e, na versão mais avançada, também com capacidade de fazer reconhecimento facial.


“Esse projeto começou em 2011 e nos últimos sete anos a Huawei investiu mais de US$ 1 bilhão em soluções de segurança, envolvendo 4 mil pesquisadores. Neste ano vamos investir mais US$ 200 milhões. Desde o ano passado a área de ‘safe cities’ se tornou uma unidade de negócios e hoje somos o principal segmento da área de ‘governo’”, revela o cientista chefe de segurança pública da empresa, Hong-Eng Koh.

A Huawei evita falar em valores e sustenta que a solução é modulável, cabendo no orçamento de cidades médias com possibilidade de expansão. A plataforma é aberta, no sentido em que permite aplicações de terceiros – o que ao menos em tese permitiria uma integração, por exemplo, com o sistema desenvolvido pela empresa municipal de processamento de dados da capital gaúcha que usa as câmeras dos ‘pardais’ de controle de velocidade para identificar carros roubados.

* Luís Osvaldo Grossmann viajou a Xangai a convite da Huawei Brasil

Botão Voltar ao topo