Segurança

Ransomware faz seguro contra ciberataque disparar 90% no Brasil

Os ataques de ransomware cresceram globalmente 50% até meados deste 2023, mas um dos sinais de que o nível de segurança das empresas está melhorando é que esse aumento não foi acompanhado do mesmo movimento pelo preço dos seguros cibernéticos, que mantém a trajetória de queda desde o forte pico durante a pandemia de Covid-19. 

“A atividade de ramsonware aumentou quase 50% até maio desse ano, em comparação ao mesmo período de 2022. No entanto, o preço do seguro cibernético caiu 9% entre janeiro e junho de 2023”, segundo aponta o estudo de seguro cibernético Coming of Age, realizado pela Howden, corretora internacional de seguros independente. No Brasil, no entanto, os valores dos seguros cibernéticos seguem altos e em crescimento. 

Dados divulgados pela Trend Micro colocaram o Brasil como o segundo colocado entre os países mais afetados por incidentes de ramsonware em 2022, o que fez com que o prêmio local fosse elevado. Segundo dados da SUSEP, em 2021 o valor do prêmio emitido foi de R$ 105 milhões; em 2022 cresceu para R$ 181 milhões. Nesse ano, o valor se manteve crescente até abril, com 19% de aumento com relação ao mesmo período do ano passado. É mais de 90% de aumento em menos de dois anos.

Para a diretora de Cyber Insurance da Howden, Marta Schuh, “o Brasil vive um momento de ajustes. Antes da pandemia, as seguradoras adotaram uma estratégia de avaliação de subscrição de risco que não evidenciava efetivamente uma postura de cibersegurança dos segurados. Com a chegada de sinistros de forma simultânea, foi necessário entender os controles e a abrangência da aplicação de tecnologia para minimizar o impacto dos acionamentos”, explica.

Segundo a Howden, uma diferença entre o Brasil e outros países é com relação ao pagamento de resgate por ataque ramsonware. Dados da Sophos indicam que 58% das empresas com cobertura autônoma de seguro cyber pagam resgates, contra apenas 15% sem nenhum seguro cyber. No Brasil, a situação é outra – “as empresas não pagam resgate e alocam recursos da apólice em incidente e resposta, o que dá fôlego financeiro, além de contar com a expertise de profissionais qualificados para tratar a crise e minimizar impactos”, diz a diretora de cyber insurance.


A nova dinâmica trazida por “sinistros” cibernéticos vai inclusive forçando ajustes no setor. Como um evento cibernético pode acionar vários produtos de seguro, nos EUA, a Howden anunciou nesta quarta, 9/8, o lançamento de um novo tipo de seguro.

Desenhado justamente como resposta ao surgimento de reivindicações cibernéticas sofisticadas, associadas a ataques de ransomware e phishing, trata-se de um seguro combinado que reúne responsabilidade civil profissional, criminal e cibernética em uma única apólice. 

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