Wikileaks: CIA tem arsenal de malware para hackear smartphones, TVs e carros
A CIA, agência norte-americana, tem ferramentas para espionar dispositivos eletrônicos com Android, iOS ou Windows e é capaz até mesmo de transformar televisores da Samsung em microfones disfarçados, tudo remotamente, graças a um imenso arsenal de vírus, trojans e demais “malware transformados em armas” desenvolvido por mais de 5 mil hackers a serviço da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.
A denúncia foi feita nesta terça-feira, 07/03, pelo Wikileaks e se baseia em 8.761 documentos que revelam “a total capacidade da CIA para hackear”, segundo Julian Assange. “Esse arquivos incluem muito mais páginas do que os arquivos expostos por [Edward] Snowden sobre o poder da NSA e outras agências”, sustenta o Wikileaks. Os documentos podem ser conferidos aqui.
Essa primeira série de documentos, batizada de ‘Ano Zero’, também mostra que o arsenal criado pela agência de espionagem nos últimos anos “permite à CIA contornar a criptografia do WhatsApp, Signal, Telegram, Wiebo, Confide e Cloackman ao hackear os smartphones onde estão instalados e coletar tráfego de áudio e mensagens antes da criptografia ser aplicada”.
Uma ferramenta específica, chamada Weeping Angel (Anjo Lamentador, uma paródia dos vilões da série britânica Doctor Who) é capaz de “infestar smart TVs, transformando-as em microfones escondidos”. Segundo o Wikileaks, essa ferramenta foi desenvolvida em parceria com MI5 britânico e simula que o televisor esteja desligado enquanto permite que o aparelho funcione como um ‘grampo’ com transmissão do áudio captado no ambiente via internet.
Também segundo a denúncia, pelo menos desde 2014 a CIA trabalha em ferramentas que possibilitem assumir o sistema de controle de carros e caminhões. No caso dos smartphones, os aparelhos “informam a geolocalização do usuário, comunicações de áudio e texto, bem como permitem ativar câmera e microfone”.
O Wikileaks sustenta, ainda, que “a CIA perdeu o controle da maior parte de seu arsenal para hackear, inclusive malware, vírus, trojans, exploits de ‘zero day’, controles remotos de sistemas e documentos associados”. Diz ainda que no fim de 2016 o Centro de Ciber Inteligência da CIA, a divisão de hackers da agência, tinha mais de 5 mil usuários registrados e produziu mais de mil dessas ferramentas de espionagem. “Tamanha é a escala do empreendimento da CIA que em 2016 seus hackers usaram mais código do que o utilizado para fazer o Facebook funcionar”, completa o Wikileaks.