5G com 3,5 GHz exige distribuição de equipamentos nos moldes da TV Digital
A bem sucedida experiência com a faixa de 700 MHz na TV Digital inspira a Anatel na solução para evitar interferências com a destinação da frequência de 3,5 GHz para o 5G. O esboço do plano é incluir no edital de venda do espectro a obrigação de distribuição de equipamentos que atuem como filtros para evitar interferências com as 20 milhões de antenas parabólicas estimadas no país.
“Estamos finalizando estudos de campo e chegamos à conclusão de que é possível o convívio do uso da faixa de 3,5 GHz para o 5G com as parabólicas que operam na banda C do satélite, por meio da adaptação das antenas dos usuários com uma solução de baixo custo”, explica o superintendente de outorga e recursos à prestação da agência, Vitor Menezes.
Nos últimos 15 anos, a Anatel já tentou quatro vezes licitar a faixa de 3,5 GHz, mas sempre esbarrou no problema da interferência pela proximidade dessa fatia do espectro com a banda C. O risco de prejudicar a recepção dos sinais de televisão para quase um terço dos domicílios do país, que usam parabólicas, na prática impediu que esses planos fossem adiante.
A ideia agora, como explica Menezes, é aproveitar a experiência da venda da faixa de 700 MHz para minimizar esse problema. “Vamos desenhar uma solução, por meio do edital talvez, em que a gente possa estabelecer como será essa convivência na prática. Uma das opções é estabelecer como regra para o vencedor do leilão que ele adote medidas para mitigar interferência através da adaptação das antenas que já existem nas casas das pessoas.”
Ou seja, assim como nos 700 MHz o edital já previa a distribuição de kits de antena e conversor para TV Digital – no caso a famílias de baixa renda – a ideia é estabelecer o compromisso de que os vencedores do leilão da faixa de 3, 5 GHz distribuam os equipamentos a serem instalados nas parabólicas para evitar a interferência.
“É algo para o médio prazo. Estamos bastante maduros e vamos já conseguir colocar para o Conselho Diretor as condições em que podem ser feitas esse leilão. Os estudos para essa faixa já serão finalizados ainda neste ano”, completa o superintendente da Anatel.