5G está atrasado no Brasil e exige senso de urgência do governo
O Brasil está atrasado na corrida do 5G, que vai, sim, mudar definitivamente o modelo econômico e social do País, mas há capacidade de recuperação se o governo entender que é preciso facilitar os investimentos em infraestrutura e não em arrecadação para os cofres públicos.
Essa é uma das conclusões tiradas do evento LIDE NEXT 5G, realizado nesta quinta-feira, 28/01, com a participação de executivos como o presidente da Oi e da Conexis Brasil, Rodrigo Abreu, o presidente da TIM, Pietro Labriola, o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, o VP de regulatório e institucional da TIM, Mario Girasole, o presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Eduardo Ricotta, Leonardo Framil, presidente da Accenture para América Latina, Atílio Rulli, diretor de relações governamentais da Huawei e Julio Semeghini, ex-MCTI.
“O 5G exige um senso de urgência”, advertiu Semeghini. Segundo ele, o Estado não tem capacidade de investimento e precisa fazer o 5G de tal forma que destrave os investimentos privados. “O governo não tem dinheiro para fazer a infraestrutura. A situação fiscal não permite. Falta ainda ao Estado capacidade e velocidade. A iniciativa privada é que tem de tirar o nosso atraso, com regras claras, mas favoráveis ao investimento”, sustentou.
Mesma posição defendida pelo diretor do grupo LIDE, Roberto Giannetti. Segundo ele, o leilão 5G depende do governo. “Não sabemos o dia D e a hora H, como na vacina. Mas precisamos ter isso definido e com as regras muito transparentes. Os prazos estão estreitos. O momento é decisivo e precisamos entender se o governo quer arrecadar ou tornar o País mais produtivo. A decisão é do governo”, pontuou.
O presidente da Oi e da Conexis Brasil, entidade das teles, Rodrigo Abreu, concorda com o senso de urgência. Antecipou que as teles e o governo, por meio do Ministério das Comunicações, estão fazendo os ‘ajustes’ necessários para ‘fazer o 5G acontecer”. Uma reunião entre as partes, inclusive, aconteceu durante o próprio evento do LIDE, onde o tema à mesa, além do 5G foi o novo PGMU 5, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola, foi taxativo ao afirmar que o leilão 5G não pode ser arrecadatório sob o risco de o Brasil perder recursos para a inovação. “Temos uma oportunidade única de buscar a recuperação econômica pós-pandemia por meio da troca de obrigações por construção de rede com o 5G. Estamos atrasados, mas temos como recuperar”, afirmou. O executivo, claro, reforçou a necessidade de as teles receberem o máximo possível de espectro. “O espectro tem de ser liberado logo. Se for para mais tarde, o 5G vai ficar para mais tarde”, adicionou.