Algar avança no B2B; avalia 5G fora da sua área e se prepara para ser 100% fibra ótica
A Algar Telecom quer marcar a sua atuação nacional com o B2B, que no primeiro trimestre de 2021, já respondeu por 63% da receita total da companhia. “Seremos em pouco tempo uma operadora 100% fibra ótica. No B2B, já somos. Mas no B2C, na área de atuação, no triângulo mineiro expandido, estamos em 82%. Vamos buscar chegar a 100% o quanto antes”, afirmou o CFO da operadora, Tulio Abi-Safer, em entrevista ao portal Convergência Digital.
Os resultados financeiros do primeiro trimestre são animadores. A receita líquida da operadora ficou em R$ 594,7 milhões, com um crescimento de 3,5%, sendo que o B2B cresceu 9,4%. Houve um decréscimo na receita líquida dos serviços prestados ao varejo R$ 219,2 milhões nos três primeiros meses do ano, ante R$ 231,2 milhões no mesmo período em 2020, provocado pelo impacto do fim das operações de TV paga. “No ano passado, ainda tivemos receita com a TV paga e esse ano não mais. Mas registramos um aumento de 19,8% no número de clientes e de 43,1% nas receitas de TI. Um resultado que nos deixa convencidos que estamos no caminho correto”, adiciona o CFO.
Com relação à recém-anunciada aquisição da Vogel Telecom por R$ 600 milhões, Túlio Abi-Safer diz que espera um rito sumário da Anatel e do Cade. “Não há nenhum item que possa criar restrições regulatórias”, diz, mas o impacto nos resultados só será sentido quando a operação for aprovada. Ainda assim, a Algar já trabalha com um processo de integração de 12 a 18 meses. “Há pouca sobreposição. Na verdade, a Vogel não atendia o mercado das PMEs e nós temos um conhecimento forte. A proposta é avançar nesse segmento nas regiões da Vogel”, adianta o CFO.
Se as rivais Oi, TIM e Vivo se mobilizam pelas redes neutras ou abertas, a Algar adota uma postura mais cautelosa. Túlio Abi-Safer diz que a operadora acompanha a tendência mundial, mas prefere esperar para ver como vai funcionar, especialmente, a questão do conflito entre vender para si próprio e para outras operadoras. “Como vai ser a blindagem e a governança desse processo para dar certo é que temos que aguardar um pouco mais. A Algar é uma empresa de atacado. É uma empresa de fibra, mas vamos esperar”, afirmou.
A ação no CADE para barrar a venda da Oi Móvel é para assegurar a competição no mercado, assegura ainda Tulio Abi-Safer. Indagado pelo Convergência Digital se a ação poderia vir a comprometer a realização do leilão 5G, o executivo da Algar foi taxativo. “Acredito que sejam coisas distintas. Não vejo razão de um negócio interferir no outro”. A Algar, claro, está fazendo as suas contas e à espera da definição das regras do leilão para estabelecer a sua estratégia para a área de atuação B2C. “Temos a obrigação de levar o 5G para os nossos clientes”, disse o CFO. Mas também adianta estar interessada no 5G em outras áreas fora da sua de concessão. “Estamos avaliando ofertas específicas para algumas regiões, mas tudo depende do edital”, completou.