América Latina restringe espectro e fica longe da meta da UIT
Nenhum dos mercados latino-americanos apresentou ao longo de 2018, concessões para uma quantidade de espectro radioelétrico para serviços móveis superior a 50% do que foi sugerido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT)* em 2015. E apenas um único mercado licenciou o equivalente a mais de 30% do estimado para 2020 pelo órgão.
Até setembro, foram concedidos, em média na América Latina, 363,8 MHz de espectro para a oferta de serviços móveis na América Latina. Esta cifra equivale a cerca de 28,5% do sugerido pela UIT para 2015 (1.300 MHz) e 18,6% do sugerido para 2020 (1.960 MH no alto estágio), de acordo com o relatório “Análise das recomendações de espectro da UIT na América Latina 2018”, publicado pela 5G Americas. O Brasil tem 609 Mhz disponível ( acesse a tabela).
O levantamento indica que o aumento sustentado na demanda de serviços de dados móveis, e uma maior adoção de smartphones tornam necessárias políticas de identificação de espectro para novas licitações e agendas previsíveis de concessão. No entanto, também é importante que este espectro identificado se encontre “limpo”, ou que existam programas de despejo de bandas para permitir que este recurso seja utilizado sem interferências.
A análise resume a situação regional da seguinte forma: cinco países licenciados a 400 MHz, ou mais de espectro para serviços móveis, mais seis que estão no ranking de 300-400 MHz, e o restante dos países analisados concederam menos de 300 MHz na data. A falta de espectro suficiente para serviços móveis não apenas limita o crescimento da indústria das telecomunicações, como também impacta negativamente nos usuários e empresas que têm adotado as tecnologias móveis como um meio de acesso aos serviços e informações sobre internet.
Na região é comum encontrar altas penetrações de serviços móveis, medida entendida, como o total de assinaturas celulares divididas entre a população total. O relatório da 5G Americas apontou que, ao final de 2017, a penetração na América Latina estava sobre as 110 assinaturas para cada 100 habitantes, com mercados onde se contabilizavam mais de 140 assinaturas para cada 100 habitantes desde o final de 2017.
Desta forma, em razão estratégica para alocar mais espectro para os serviços de telecomunicações móveis, aprofunda o crescimento dos mercados móveis latino-americanos. Como referência, no ano 2000 tinham na região cerca de 60 milhões de usuários, cifra que já superava os 690 milhões no final de 2017.
Estas alocações de espectro também promovem o lançamento de redes celulares mais modernas por parte das operadoras móveis, oferecendo através de redes de quarta geração (4G, como LTE e LTE-Advanced) altas velocidades de download que chegam a superar as medidas sobre as redes cabeadas.