Telecom

Anatel: Cobertura de satélite para no Tratado de Tordesilhas

Operadoras do segmento satelital que atuam no Brasil estão em pé-de-guerra com a estratégia governamental de oferta de banda larga via satélite, por meio do satétite geoestácionário, controlado pela Telebras. Mas como pontuou o presidente da Anatel durante o Painel Telebrasil 2018, nesta quarta-feira, 23/05, ainda é muito restrita a oferta privada de capacidade para além dos limites do Tratado de Tordesilhas.

“Parece que ainda vivemos sob o Tratado de Tordesilhas. A cobertura via satélite só avança muito paulatinamente para a esquerda dessa linha imaginária. Mesmo no caso de um novo satélite de uma grande operadora que vai entrar em órbita agora ainda não atenderá estados como Mato Grosso, Amazonas ou Acre. E não só atendimento doméstico. No interior, entre os produtores rurais, existe uma grande demanda ligada a produção, à criação de gado, soja. Mesmo na Bahia produções isoladas de tabaco, por exemplo, não conseguem acesso via satélite”, destacou Quadros.

O tema é atual porque empresas desse segmento foram à Justiça questionar o acordo da Telebras com a americana Viasat para oferta de conectividade dentro dos programas de inclusão digital. As empresas reclamam que o acerto direto feriu a competição. Mas a Telebras alega algo muito parecido com o que apontou o presidente da Anatel: o setor privado não é capaz de entregar banda larga satelital para Oeste da linha do Tratado de Tordesilhas.

“Hoje temos 44 satélites sobre o Brasil, tantos os de empresas sediadas como não sediadas no Brasil. Os de nova geração ainda são poucos, só agora começa a ser usada a banda Ka que é mais adequada ao atendimento de banda larga onde não dá para chegar com fibra óptica. Em função da concentração econômica no litoral e no máximo no Centro Oeste até Brasília, os satélites cobrem plenamente essa área. Mas à medida que a gente vai mais a oeste do país, mesmo a segunda leva de satélites de nova geração ainda não irá levar a banda Ka”, insistiu Quadros. Assistam a entrevista com o presidente da Anatel, Juarez Quadros.


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