Telecom

Anatel decide dia 12 o modelo para 5G, sem mexer nas parabólicas

Há clima no Conselho Diretor da Anatel para definição do modelo para o leilão 5G na última reunião deste 2019, dia 12/12. A costura continua, mas a decisão tende a resgatar os traços gerais propostos pela área técnica, no voto divergente que será apresentado por Emmanoel Campelo. 

Além de retomar o modelo tradicional de leilões da agência, o desenho dos lotes recupera blocos maiores no carro-chefe do menu, a faixa de 3,5 GHz. Mas não será totalmente uma surpresa se a nova proposta adicionar alguma forma de regionalização, na tentativa de pavimentar uma aprovação. 

Vicente Aquino, o relator original no colegiado, sustenta a mudança no modelo para o chamado leilão combinatório em múltiplas rodadas, além de um formato de regionalização com a divisão do Brasil em 14 áreas. No filé da ‘midband’, separou 50 MHz para pequenos provedores com ambição de serem grandes, como a cearense Brisanet. 

O tema foi o centro das atenções nesta quinta, 5/12, uma semana antes da decisão sobre qual desses dois modelos vai à consulta pública. A Anatel reuniu fornecedores como Ericsson, Nokia, Huawei e Qualcomm em um workshop sobre a visão da indústria para a nova onda tecnológica. 

“Não viemos discutir aqui os votos colocados, nem a proposta que se pretende levar na próxima quinta, mas sobretudo tentar clarificar aspectos técnicos relativos a frequência, qual o cenário ideal para o Brasil”, disse Campelo, ao abrir o seminário nesta quinta. De modo geral, a indústria quer blocos maiores e, especialmente, que o leilão aconteça o quanto antes. 


Mesmo sem revelar detalhes, Emmanoel Campelo ressaltou o dilema de construir um modelo para o que entende ser um novo paradigma no setor. “O 5G precisa de muita banda, mais que as gerações anteriores. É uma mudança tecnológica mais profunda e ela impõe esse desafio. Temos na porta de entrada um problema de convivência que nos coloca na posição difícil de equacionar diversos interesses com apenas 300 MHz.”

É bem provável que no terreno da “convivência”, ou seja, no impacto de serviços móveis na faixa de 3,5 GHz sobre a recepção das antenas parabólicas residenciais, Campelo siga o sugerido pelo relator e deixe para a agência inserir no edital depois que o governo apresentar a já prometida política para tal. 

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