Telecom

Anatel discute plano para antecipar 5G em cidades menores a partir de 2023

O grupo da Anatel, governo, teles e TVs que coordena a implantação do 5G no Brasil começou a discutir uma estratégia que pode antecipar a chegada do serviço em cidades menores. A ideia é aproveitar o calendário de cobertura dos municípios com mais de 500 mil habitantes, que começa em 2023, e atender cidades próximas, ainda que com população menor e calendário diferente. 

“A ideia é autorizar a EAF a fazer por clusters. Isso favorece uma maior velocidade em todo o processo, e aqueles que quiserem já entrar, poderão. As cidades que estão em torno daquelas com 500 mil habitantes já seriam limpas, o que garante mais eficiência e economicidade para o processo”, revelou o presidente do GAISPI e vice presidente da Anatel, Moisés Moreira, depois de participar do 2º Simpósio Telcomp, em Brasília, nesta quarta, 14/9. 

Nesta quinta, esse grupo, GAISPI, aprovou a liberação do 5G em 3,5 GHz em mais sete capitais: Aracaju, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, São Luís e Teresina. E a perspectiva é de que até o fim de outubro as cinco capitais restantes – Manaus, Belém, Rio Branco, Porto Velho e Macapá – também já possam contar com o 5G pleno.  

EAF, ou Siga Antenado, é a empresa criada pelas vencedoras do leilão do 5G que funciona como braço operacional da implementação da nova tecnologia, porque isso exige medidas para evitar interferência do 5G com outros serviços, notadamente com transmissões e recepções via satélite, que funcionam em fatia do espectro próxima à faixa de 3,5 GHz. 

“Esse é um tema que vamos discutir nos grupos técnicos do GAISPI, o GT Migração e o GT Desocupação, além da EAF. E vamos discutir com todos os envolvidos, inclusive as PPPs, que elegeram 1.099 cidades para também serem ‘limpas’”, disse Moreira. 


Isso não significa que o 5G estará disponível, porque o cronograma do leilão faculta às operadoras oferecer o serviço nas cidades com mais 500 mil habitantes até julho de 2025; nas com mais de 200 mil, em julho de 2026; 100 mil em julho de 2027 e as com mais de 30 mil até 2028 ou 2029. Ainda assim, a leitura é de que, com a limpeza das interferências, a antecipação vai acontecer. 

“O cronograma fica mantido. Mas a região já estará preparada. E aí as operadoras têm a liberdade de já entrar com o serviço. E acho que naturalmente elas entrarão, porque as condições estarão dadas. Sou favorável inclusive a dividir o Brasil em vários blocos e já limpar tudo”, disse Moisés Moreira. 

O plano de trabalhar com clusters, porém, deve focar especialmente nas regiões metropolitanas das capitais, como explica o presidente da EAF/Siga Antenado, Leandro Guerra. “Têm cidades próximas às capitais, caso da região do ABC em São Paulo, enquanto outras ficam mais isoladas, como Ribeirão Preto, ou Londrina, que não estão próximas às capitais. As áreas que estão próximas às capitais são interessantes porque a logística está pronta, o estoque de equipamentos já está lá.”

“O que estamos avaliando é fazer o projeto original, as 26 cidades do país com mais de 500 mil habitantes, e um outro cenário de estudar as regiões metropolitanas das capitais, com cidades de 500 mil habitantes próximas. Em termos de sinergia, ajuda muito. Porque fazemos uma mesma campanha para a substituição das TVROs, ou identificação das FSS”, completou Guerra. 

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