Telecom

Anatel: Estado precisa unificar ações da transformação digital

A Anatel promete que no próximo aniversário da agência, em 4 de novembro, vai apresentar formalmente a proposta de debate com vistas a melhor coordenar esforços dos diferentes entes governamentais no tema da transformação digital. Como reforçou o presidente da agência, Carlos Baigorri, nesta terça, 18/10, ao participar do Futurecom 2022, a dispersão resulta em baixa eficiência. 

“Telecomunicações é parte de um contexto maior, que é o contexto da conectividade, da transformação digital. Existem diversas instituições do Estado brasileiro que atuam nesse contexto. Tem a parte de proteção de dados na ANPD, o Comitê Gestor da Internet, o Ministério de Ciência e Tecnologia, a Ancine, vários agentes que acabam atuando nesse contexto maior. E isso poderia ser feito de forma mais efetiva se houver coordenação maior entre esses agentes”, afirmou. 

“É preciso que o Estado repense seu posicionamento frente à conectividade, frente ao desafio da transformação digital. Que mais do que um desafio, é uma oportunidade. E o Brasil pode se beneficiar dessas oportunidades se tiver uma estratégia mais coordenada, mais alinhada, entre as diferentes instituições. De forma que o objetivo maior, levar conectividade aos brasileiros, à indústria, ao agronegócio, seja alcançado da maneira mais efetiva possível”, emendou Baigorri. 

Como insistiu, a Anatel está “propondo um debate amplo, aberto, dialogado com a sociedade civil, com o Terceiro Setor, com as empresas, o governo. E de forma que a gente possa chegar a um denominador comum sobre alguns consensos de qual linha perseguir para maior eficiência da abordagem do Estado. Imagino que a partir de janeiro de 2023 esse debate já vai estar estruturado e acontecendo”. 


Um exemplo prático, apontou Baigorri, é o precário uso da internet dos brasileiros que usam planos móveis pré-pagos. “Uma pesquisa recente mostra que a grande maioria dos usuários pré-pagos não têm créditos para ficar o mês todo na internet. Duas semanas por mês ficam sem conectividade e o que experimentam se limita a aplicativos gratuitos, como Whatsapp, Instagram, Facebook, o que não é de fato conectividade significativa, mas acesso a meia dúzia de aplicativos que não são de fato a internet.” 

Para o presidente da Anatel, o acesso avançou, mas isso não garantiu o uso de qualidade. “À medida que o desafio de cobertura vai sendo superado, a gente precisa focar em como levar conectividade, como atacar a demanda para que essa conectividade seja plena, seja a mais significativa para o consumidor. É uma discussão de qual deve ser o papel do Estado brasileiro frente a todos os desafios e a oportunidades que a transformação digital.”

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