Telecom

Anatel negocia acionar 5G em Brasília até 4 de julho

Enquanto realizam nesta semana seu principal evento político na capital, as operadoras de telecomunicações negociam seriamente uma antecipação no cronograma do 5G de forma a acionar o serviço em Brasília entre esta e a próxima semana. 

A ideia era ligar o 5G dia 30 de junho nesta que é a primeira a receber a oferta comercial na faixa de 3,5 GHz. Mas há entraves, especialmente relacionados à identificação de transmissores FSS sem o devido registro, além de um equacionamento entre Anatel e ANAC sobre interferências no aeroporto. A perspectiva é de que o acionamento aconteça em algum dia entre 30/6 e 4/7. 

O movimento é pressão das operadoras, que não só querem ligar o 5G em Brasília imediatamente, como já marcaram eventos de comemorações com autoridades – o primeiro deles justamente em 30 de junho. 

Mas há encrencas sérias que atropelam essa expectativa. Uma delas será normatizar a redução da potência das antenas de celular nas proximidades dos aeroportos. Esse ponto avançou com a conclusão de uma consulta pública sobre o assunto, mas ainda depende da publicação efetiva da norma. 


Mais complicada é a instalação dos filtros em antenas instaladas no aeroporto de Brasília. Essa é uma gestão feita exclusivamente pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, do Ministério da Defesa. Significa que nem técnicos da própria Anatel podem ir instalar os filtros, mas que a operação será feita pelo próprio DECEA – e na data que o DECEA entender conveniente. Há uma torcida de que isso aconteça no próximo fim de semana, entre 2 e 3 de julho. Mas sem garantias. 

Há uma terceira encrenca: a área técnica da Anatel reprovou os testes feitos com os filtros adquiridos pela EAF/Siga Digital. A EAF entendeu favoravelmente os resultados, mas a Anatel está apontando a necessidade de filtro adicional nos equipamentos. Portanto, será preciso fazer esse ajuste e realizar outro teste. 

Finalmente, há o próprio ato formal de liberação da faixa de 3,5 GHz, o que exige uma reunião, ainda que extraordinária, do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência (GAISPI), que junta Anatel, Minicom, operadoras e emissoras de TV. 

O cronograma original do 5G, vale lembrar, previa que todas as capitais estaduais teriam o serviço a partir de 31 de julho. No entanto, a falta global de equipamentos para mitigar as interferências com a transmissão e recepção de sinais de TV forçou um adiamento de 60 dias nesse plano. 

Uma das consequências é que a entrada do 5G nas capitais será escalonada, não todas ao mesmo tempo. E Brasília, por facilidades de densidade e de menor necessidade de equipamentos e filtros, foi escolhida para ser a primeira. Mas a liberação do uso da faixa de 3,5 GHz pelas teles depende de maior segurança contra as potenciais interferências. 

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