Telecom

Aplicações são prioridade no laboratório 5G da NEC no Brasil

A NEC quer jogar o jogo global do 5G e voltar à telefonia móvel no Brasil. E o papel escolhido foi o de atuar como orquestrador, um integrador, com o olhar voltado às aplicações, explica o diretor de Tecnologia da NEC Brasil, Roberto Murakami, em entrevista ao Convergência Digital, por conta do anúncio do laboratório 5G no Brasil.

A unidade está prevista para ficar operacional a partir de janeiro de 2021 – quando a NEC estará em uma nova sede na capital paulista- e com um time de especialistas montado para atender a demanda das empresas interessadas no 5G e nas operadoras.

“Não vamos testar 5G no laboratório. Não vamos testar latência. Nós queremos testar e validar aplicações. Queremos trabalhar com as verticais para entender como o 5G poderá dar resultados. Nós não precisamos entender de agricultura. Mas sabemos muito de tecnologia e temos a capacidade de fazer parcerias. O nosso objetivo é ter um ecossistema. Nós entendemos de redes. Os parceiros vão entender do que sabem”, afirmou Murakami.

A aposta global da NEC é no OpenRAN e Murakami admite que esse jogo está começando a ser jogado, mas que o suporte global é um diferencial relevante. “A corporação quer o OpenRAN. Os fabricantes terão de ter uma maturidade, que nós na NEC, alcançamos e, por isso, decidimos pela orquestração. A interoperabilidade dos sistemas abertos é uma realidade obrigatória”, reforça o executivo.

Para Murakami, o 5G vai trazer muitas dificuldades para as operadoras- que ainda não monetizaram os investimentos no 4G e terão de investir, e muito, no 5G. O especialista lembra que a cobertura do 5G vai exigir muito mais densidade de células e a rede será construída com muito mais elementos. “Mais do que nunca as aplicações vão fazer a diferença”, afirmou.


Com relação à estratégia da NEC Brasil, Murakami diz que a empresa está negociando com todos os players do ecossistema- software, hardware, rede, roteamento. “Queremos o jogo, mas ele não será jogado sozinho. Tem de ter um ecossistema forte para suportar as plataformas abertas”, completou. Os valores investidos na iniciativa não foram revelados pela NEC Brasil.

Botão Voltar ao topo