Telecom

Após críticas, Ufinet abandona projeto de fibra ótica em postes em São Paulo

A Ufinet, que vinha tocando um projeto de piloto para aluguel dos postes do setor elétrico para operadoras de telecomunicações na cidade de São Paulo, comunicou nesta sexta, 5/3, que desistiu da iniciativa. Alvo de críticas da Anatel e de teles, a empresa, que tem a Enel como acionista, diz ter sido mal entendida. 

“A decisão foi tomada mediante a falta de compreensão quanto ao seu propósito, juntamente com a ausência de apoio e correspondência de associações e órgãos dos quais a companhia presumia o direto interesse e receptibilidade”, diz nota da Ufinet. A empresa diz que os parceiros foram comunicados da decisão há 30 dias.

“Desenvolvido com o principal objetivo de testar uma solução, em benefício das operadoras, para o ordenamento e/ou expansão regularizada de suas redes e serviços, o Projeto Piloto foi apoiado e aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e seria totalmente custeado pela Ufinet, que doaria a totalidade da rede à concessionária ao final do período”, diz a nota. 

“Além disso, os valores de locação da rede seriam definidos com a coparticipação e contribuição das operadoras e divulgados abertamente, mantendo-se isonômicos em toda a região do projeto. Por fim, ao término dos testes, e havendo adesão por parte das operadoras, o Projeto Piloto serviria como importante estudo de caso para expansão do modelo para áreas muito mais abrangentes, que passariam por processo de licitação, na qual poderiam participar as empresas atuantes neste mercado”, completa a Ufinet. 

O projeto, no entanto, tem sido criticado pelo setor de telecomunicações e mesmo por conselheiros da Anatel, que apontaram a ligação do “operador neutro” com uma das partes diretamente interessadas – a Enel – como um dos problemas da iniciativa. Vale lembrar que a proposta de uma nova resolução conjunta da Aneel e Anatel defende que a figura do “operador neutro” não tenha relação com nenhum dos dois segmentos. 


Pouco antes da decisão da Ufinet – que informa ter comunicado a desistência no começo de fevereiro – a Abrint protocolou uma denúncia na Anatel na qual reclama que o piloto “fere os princípios de isonomia e competitividade do mercado de telecomunicações” e que a Ufinet estaria promovendo venda casada ao associar a regularização do uso dos postes à compra de capacidade de sua própria fibra óptica. 

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