B2B quer 5G para resolver as dores da conectividade no Brasil
As corporações ouvidas pela IDC brasil em um estudo sobre o 5G revelam que a maior parte quer a tecnologia para resolver situações duras e as dores da falta de conectividade tradicional, revelou o gerente de telecomunicações IDC Brasil, Luciano Saboia, em entrevista concedida nesta terça-feira, 24/05. O estudo – “Futuro da Conectividade do Consumidor na América Latina” – ouviu 192 empresas na América Latina, sendo 52 no Brasil e todas têm mais de 100 funcionários. “Nosso recorte é para vermos o uso efetivo do 5G no dia a dia do negócio”, ressaltou Saboia.
Segundo ainda o gerente da IDC Brasil, o estudo mostra ainda que 43% das corporações querem aproveitar o 5G para fazer a migração do IP MPLS para as redes definidas por software, SD-WAN. O levantamento também apurou que a maior parte das empresas critica o posicionamento das operadoras, mesmo ainda as considerando o ponto-chave para o relacionamento 5G.
“Muitos colocam que as operadoras ainda estão falando do 5G como venda de conectividade, o que não vai trazer a rentabilidade esperada. O 5G é transformador. No 5G, a estrela são os casos de uso, as operadoras fazem parte de um ecossistema, ao lado dos integradores de sistemas, fornecedores de redes, de dispositivos”, observa Saboia.
O especialista adverte: as teles estão errando o discurso com os clientes ao ainda manterem as conversas iniciais em torno de links, de voz, de dados velozes. “Falta falar de retorno do investimento. As teles estenderam suas ações para negócios de cloud, big data, analytics, mas precisam se comunicar melhor com o cliente, isso ficou muito claro no estudo”, ressalta Luciano Saboia.
Com relação ao cronograma do 5G no Brasil, críticas à Anatel. De acordo com a IDC Brasil, o calendário aprovado para a implantação da tecnologia levou mais em conta o consumidor do que os interesses do negócio, de áreas como manufatura, mineração, agronegócio ou mesmo o turismo. “Faltou um olhar ao B2B, quando boa parte diz que o 5G será B2B first. O cidadão é relevante, mas ele quer conectividade. As empresas vão mudar a forma de fazer negócio”, completou Luciano Saboia.