Classes C, D e E endossam o uso da banda larga móvel no Brasil
O acesso pelo celular, muito em função do aumento do 3G e 4G, está se consolidando como meio de uso da internet no Brasil, segundo apontou a 12ª edição da pesquisa TIC Domicílios, divulgada nesta terça-feira (05/09) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
O crescimento da cobertura 3G e 4G no Brasil refletiu na quantidade de acessos à internet por meio banda larga móvel. Em 2016, 9,3 milhões dos domicílios usavam 3G ou 4G para navegar na internet, enquanto 23,4 milhões acessavam por meio da banda larga fixa. Na comparação com 2015, os números mostram que estabilizou a quantidade de conexões fixas (eram 23,2 milhões) e subiram as móveis, que somavam 7,5 milhões em 2015.
“Percebemos uma queda da proporção da banda larga fixa, mas isto não significa que este tipo de conexão caiu e sim que o crescimento se deu na móvel”, explicou Winston Oyadomari, coordenador da pesquisa TIC Domicílios, durante coletiva de imprensa, ressaltando que a pesquisa aponta estabilidade no total de domicílios com banda larga fixa. Em proporção, os acessos fixos passaram de 68% em 2015 para 64% em 2016, enquanto os móveis aumentaram de 22% para 25%.
Em 2016, a pesquisa também confirmou uma tendência que já vinha se consolidando: ficou mais comum domicílio com internet, mas sem computador pessoal. A metade (51%) dos usuários de internet afirmou usar a rede tanto pelo computador quanto pelo celular, enquanto 43% disseram usar apenas o celular e 6% apenas pelo computador. A desigualdade no acesso à internet, evidenciada pela pesquisa (leia matéria anterior), também está presente nos dispositivos de acesso.
Nas classes mais abastadas, a navegação é feita por celulares e PCs, já nas classes C, D e E há predominância de apenas o celular, o que, na opinião dos especialistas do Cetic.br, restringe as possibilidades de uso. “Nas classes menos favorecidas, o uso é praticamente exclusivo pelo celular. O dispositivo é relevante para inclusão digital, mas restringe usos mais sofisticados como a geração de conteúdo e programação”, destacou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Os entrevistados para TIC Domicílios 2016 também apontaram que valor é o principal motivo para não terem acesso à internet. No Brasil, 36,7 milhões de domicílios são conectados. De abrangência geográfica nacional, a pesquisa TIC Domicílios tem por objetivo geral medir o acesso e os usos da população em relação às tecnologias de informação e comunicação.
O público-alvo consiste em domicílios brasileiros e cidadãos com dez anos ou mais. Os dados foram coletados entre novembro de 2016 e junho de 2017 em um total de 23.721 entrevistas domiciliares realizadas face a face a partir de questionário estruturado foram feitas em 350 municípios. Confira a íntegra da pesquisa aqui.