Telecom

Com Oi Móvel, TIM projeta chegar a 30% do mercado

A partir de uma engenharia pela qual vai pagar mais para ficar com a maior fatia da Oi Móvel, a TIM já calcula que sua participação no mercado da telefonia móvel no Brasil vai pular dos atuais 21% para algo como 30%. Pelos planos, os clientes da Oi serão migrados para a empresa com menor base em cada praça. 

“Teremos 30% do mercado com Oi”, apontou o presidente da Tim Brasil, Pietro Labriola, ao comentar os indicadores financeiros da companhia no segundo trimestre deste 2021. A TIM teve lucro de R$ 672 milhões, crescimento de 151,3% sobre o mesmo período do ano passado. A receita líquida teve crescimento de 10,5%, para R$ 4,4 bilhões, com alta de 8,7% na receita de serviços, de 8,5% nos serviço móvel e de 11,1% no serviço fixo.

Segundo o vice presidente da operadora, Mario Girasole, “a distribuição dos clientes será basicamente feita pela atribuição da base de clientes da Oi nas diferentes regiões para a operadora do trio de adquirentes que naquele momento é a menor”. 

Como explicou, o desenho é feito de olho nas aprovações regulatórias de Anatel e Cade, com o argumento de que as regras vigentes de distribuição de espectro no país apontam justamente para um mercado nacional com apenas três grandes empresas. Se depois da divisão os clientes quiserem outro fornecedor, podem optar pela portabilidade, emendou o executivo. 

“O grande ativo que esta sendo transferido é o espectro, mas a operação já esta construída de forma tal que no final da transação nenhuma operadora superará o primeiro limite de espectro. O regulamento de cap de espectro mudou. Aritmeticamente ele aponta para a possibilidade de ter três grandes players e a operação foi construída em conformidade com a regulamentação vigente”, completou Girasole. 


Os executivos da TIM insistiram que a decisão do Cade de considerar a operação da venda da Oi como complexa é natural em um caso tão volumoso. “Estamos confiantes que o negócio da oi será aprovado, mas sempre soubemos que é uma operação complexa, que exige atenção dos reguladores. Nada do que aconteceu até agora é surpresa. E estamos esclarecendo o que for necessário”, afirmou Pietro Labriola. 

Segundo o diretor financeiro da TIM, Adrian Calaza, a cautela do regulador é normal em um acordo de grande expressão financeira. “Esse é uma dos cinco maiores operações de M&A nos últimos cinco anos no pais, portanto claramente tem que demandar do Cade.” A Tim lista a debênture de R$ 1,6 bilhão, R$ 1,1 bilhão em empréstimos bilaterais, R$ 1,1 bilhão da Fiber Co e ainda um novo empréstimo de R$ 1 bilhão como garantias de sobra para o negócio. 

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