Telecom

Desertos digitais no Brasil só acabam com Reforma Tributária

A questão tributária inviabiliza a conectividade rural, uma vez que quando uma operadora coloca no papel o projeto, a tributação não permite fazer a conta fechar para os investimentos, afirmou o diretor da Aliança Conecta Brasil F4, Daniel Vilela, ao participar de encontro realizado pelo Facebook Connectivity, nesta terça-feira, 20/10. Ponto endossado pelo presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari.

“Se pudesse falar de uma única reforma para melhorar o ambiente de negócios no Brasil, falaria da Reforma Tributária. Ela é a mãe da reforma dos negócios. A carga do setor de telecomunicações está, em média, em 47%. Isso significa que o consumidor já paga esse pedágio de entrada. Em Rondônia, essa carga passa para 60%. Nós defendemos que parte dos tributos cobrados se revertam em mais investimento. Só teremos conectividade em todo o país e nas áreas rurais se houver viabilidade econômica e financeira”, observou Ferrari.

O diretor de Parcerias com Operadores Latam e Iniciativas Globais de OEM e Conectividade do Facebook, Tarcísio Ribeiro, admite que as operadoras não têm incentivo financeiro para conectar lugares sem viabilidade econômica para seus projetos, mas lembra que há empresas interessadas em investir nessas localidades, mas faltam regras mais claras e transparentes. “temos que deixar muito explícito: sem serviços de comunicação, as localidades não vão ter impostos para arrecadar. Internet é desenvolvimento econômico e social em qualquer lugar do mundo”, reforça.

Ferrari, da Conexis Brasil Digital, admite que a conectividade rural e da educação são gargalos a serem resolvidos e lembra que o edital do 5G – em preparação pela Anatel – pode ser um caminho para se viabilizar uma política pública mais eficiente para ‘eliminar os desertos digitais desvendados no Brasil ainda mais com a pandemia’. “E aqui podemos também além da reforma tributária, da política pública, lembrar pela reorientação do FUST, até agora não usado para o seu fim, para atender a população mais carente”, adicionou.

O senador Rodrigo Cunha, do PSDB/Alagoas, lembrou que o Brasil tem a terceira maior taxa de evasão escolar do mundo. “Os alunos não são atraídos e muitos, a grande maioria, não têm condições de assistir as aulas online originadas pela pandemia de Covid-19. E uma ação relevante se fez: a distribuição de chips pelos governos. Distribuir chip é uma ação de cidadania como o é distribuir cesta básica para matar a forme. Internet é essencial para desenvolvimento econômico e social”, completou.


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