Telecom

À espera do 700 Mhz, 4G têm conexões inconsistentes no Brasil

O Brasil ainda luta para oferecer conexões LTE consistentes para seus usuários. Nenhuma operadora de telefonia móvel conseguiu fornecer sinal LTE por mais de 60% do tempo em que assinantes desta tecnologia acessavam à rede durante testes realizados pela OpenSignal, sendo que duas telcos não passaram da marca de 50% do tempo. A OpenSignal mediu, entre setembro e novembro do ano passado, 770 milhões de dados coletados de 39.471 usuários de smartphone.  

A empresa faz o mapa por meio de um aplicativo que mede o sinal das redes 3G e 4G, aferindo aspectos como velocidade para download, latência e disponibilidade. Para Kevin Fitchard, analista na OpenSignal, de uma perspectiva global, o Brasil está acima da média quando se trata de velocidade na 4G, mas ainda não se tem a  noção real com relação à área coberta por esta tecnologia.

“Existem muitos países que estão muito mais adiantados nas implantações de LTE, mas há também países altamente desenvolvidos que estão no mesmo nível do Brasil. Por exemplo, se você olhar para o Reino Unido, suas operadoras têm aproximadamente a mesma disponibilidade de 4G do que o Brasil; e ambos os países lançaram as suas primeiras redes LTE mais ou menos na mesma época, 4º trimestre de 2012”, disse em entrevista ao portal Convergência Digital.

Fitchard afirmou que existem várias questões pelas quais o acesso ao LTE ainda é precário. Parte do problema é o enorme tamanho do Brasil, tornando mais difícil e caro construir uma rede de longo alcance. “As operadoras brasileiras ainda têm trabalho a fazer para expandir suas redes nas cidades. Uma vez que as ondas de 700 MHz estiverem totalmente disponíveis — agora os emissores de TV ainda estão se movendo para fora dessas ondas —, a situação deve melhorar”, apontou, explicando que, como a frequência de 700 MHz é mais baixa, facilita a propagação do sinal e a uma melhor penetração nos edifícios. “É mais barato e mais fácil construir uma rede de alta cobertura em baixas frequências; e uma cobertura melhorada significa maior disponibilidade.”

Divulgado nessa quarta-feira ,18/01, o relatório “State of Mobile Networks: Brazil” colocou a operadora Claro como a melhor em velocidade para download tanto em 4G como em 3G e a TIM como a melhor em disponibilidade de sinal 4G. A Oi foi classificada como a melhor em latência no 4G e a Nextel em latência no 3G. Confira os resultados aqui. A OpenSignal define como 4G a tecnologia LTE e como 3G as redes CDMA EV-DO ou UMTS/HSPA.


A média da velocidade de download na rede 4G obtida pela Claro de 27.5 Mbps foi mais que o dobro da medida nas redes da Oi e TIM.  A Vivo ficou em segundo em velocidade, alcançando média de 21.3 Mbps. No estudo global divulgado em novembro de 2016, a OpenSignal apurou que a disponibilidade do sinal LTE no Brasil está atrás de diversos países da América do Sul.

A taxa de 53,86% de disponibilidade do Brasil é inferior aos 95,71% alcançados pela Coreia do Sul, primeiro lugar no ranking; aos 81,30% dos Estados Unidos, aos 73,83% da China e aos 71,60% da Índia. Entre os países da região, o Peru obteve a marca de 67,01%, seguido do México (64,17%), da Argentina (63,17%) e da Colômbia (59,81%). 

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