Fibra óptica e B2B crescem na Oi. Serviços legados como telefonia fixa caem mais de 50%
A fibra óptica é cada vez mais vital para a nova Oi. Ao divulgar os resultados do segundo trimestre na noite destas quinta-feira, 10/08, a operadora revelou que fechou o segundo trimestre com um avanço de 15,3% na receita da Oi Fibra, que manteve ritmo de expansão de dois dígitos na comparação com igual período do ano passado. Também reportou crescimento de 2,8% na Oi soluções.
Mas apontou uma queda significativa no chamado serviços legados, com -50,3%, ou seja com os serviços baseados no cobre como a telefonia fixa e a banda larga por ADSL. No trimestre, o total de casas conectadas com fibra atingiu mais 60 mil novos acessos, apesar da redução de investimentos, justificado pelo momento macroeconômico do país, mas que tem previsão de voltar a crescer no segundo semestre.
“Registramos avanço nos nossos principais indicadores tanto em fibra como no B2B e vemos que seguimos nossa tendência de crescimento, segmentando as ofertas de fibra com preços competitivos, com soluções projetadas para atender necessidades específicas de clientes corporativos, com serviços exclusivos (monitoramento e atendimento) e novas velocidades. Isso nos ajuda a compensar quase que totalmente o grande impacto causado pela continuada e acentuada queda das receitas baseadas no STFC, que como temos dito, precisa ser equacionado como parte dos esforços de solução da concessão. É importante também ressaltar que mantivemos nossa disciplina financeira, fazendo ajustes finos e ampliando nossa eficiência tanto no lado dos custos operacionais como nos investimentos”, destacou o CEO da companhia Rodrigo Abreu, em comunicado ao mercado.
A Oi encerrou o segundo trimestre com caixa consolidado de R$ 2,6 bilhões, um crescimento de 41% em relação ao trimestre anterior. Os números refletem, em parte, a retenção de pagamentos pelo processo da recuperação judicial, além de menores desembolsos com pessoal, e também foi positivamente impactado pelo ingresso dos recursos do financiamento DIP – US$ 200 milhões- junto a um grupo de credores.
O resultado do caixa só não foi melhor, justifica a Oi, por conta do gasto em aluguel de infraestrutura para concessão, que somou R$ 193 milhões no trimestre, e pelo passivo referente aos contratos de satélites, que teve despesa total de R$ 136 milhões no trimestre.
Operadora teve ainda redução de custos e de investimentos, que somados tiveram queda anual de 32,4% no trimestre. O Opex de rotina totalizou R$2,3 bilhões, com reduções de 2,1% na comparação anual, e de 0,3% na comparação trimestre contra trimestre. Boa parte desse desempenho é explicado pelas ações de eficiência implementadas pela companhia ao longo dos últimos trimestres, incluindo a adequação da estrutura organizacional, com objetivo de atender de forma ágil a crescente demanda por serviços digitais no país.
Já os investimentos totalizaram R$ 263 milhões no segundo trimestre do ano, com as operações core concentrando mais de 80% deste volume total. Segundo a Oi, a queda no investimento frente ao ano anterior, está associada ao novo modelo operacional na fibra, a saída do segmento de telefonia móvel, e das melhorias contínuas no modelo de alocação de investimentos mais eficiente.
B2B em alta
A Oi Soluções, provedora de soluções digitais para o mercado corporativo, totalizou receita líquida de R$ 705 milhões no segundo trimestre, crescendo 2,8% na comparação anual. Os serviços de TI compõem 24,3% da receita das operações voltadas ao segmento B2B e o crescimento da linha promoveu mais um trimestre de crescimento anual na unidade de negócio. Importante entender que a Oi – dentro do contexto da segundda recuperação judicial – colocou o ativo Oi Soluções como passível de venda ao mercado.
A atuação da Oi Soluções está concentrada nas áreas de Tecnologias de rede; Segurança; Serviços gerenciados; Cloud; e Produtos Digitais, entre outros. Neste trimestre, o crescimento das aplicações de TI no mix de receita teve forte contribuição, principalmente, dos serviços de comunicação unificada e colaboração, que dobraram sua relevância na comparação anual, além da forte aceleração de serviços de IoT e Cloud.
Em relação à Recuperação Judicial, a companhia ainda enfrenta uma negociação com os credores financeiros, mas conseguiu receber no segundo trimestre a primeira tranche do empréstimo DIP (debtor-in-possession) no montante de US$ 200 milhões. “Este primeiro aporte reforçou nossa posição de caixa, e seguimos trabalhando para que possamos apresentar os termos definitivos de nosso plano de recuperação, em função das negociações em curso com os diversos credores“, explicou Abreu.