Ágio do leilão 5G eleva obrigações de investimento para R$ 50,2 bilhões
O leilão do 5G vai resultar em R$ 50,2 bilhões em compromissos de investimento por parte das vencedoras: Winity, Claro, Vivo, TIM, Sercomtel, Brisanet, Consórcio 5G Sul, Cloud2U e Algar. Além dos R$ 47,8 bilhões de obrigações associadas aos lotes adquiridos, outros R$ 2,4 bilhões foram adicionados pela conversão do ágio em novos investimentos.
Como apontam os números da Anatel, o ágio total do leilão foi de R$ 5,054 bilhões. Desse total, R$ 2,464 bilhões foram convertidos em compromissos e obrigações adicionais, restando R$ 4,977 bilhões que serão recolhidos ao Tesouro Nacional. Esse valor é relativo aos R$ 2,387 bilhões de preço mínimo, mais os R$ 2,59 bilhões de ágio que não foi convertido em novos compromissos.
No caso da Winity, que comprou o lote de 10+10 MHz nacionais na faixa de 700 MHz, esses compromissos envolvem o atendimento de 625 localidades com pelo menos 4G e a cobertura de 1.185 trechos de rodovias, que somam 31.416,97 km, também com pelo menos 4G. Como a empresa fez lance de R$ 1,4 bilhão, 850% acima do mínimo, a conversão de parte do ágio incluiu outros 1.164 trechos de rodovias, 4.367,62 km. E o preço público ficou em R$ 1,03 bilhão.
Já o ágio dos lotes relativos à faixa de 3,5 GHz foi parcialmente convertido na inclusão de mais 530 municípios na relação dos que devem receber implantação de rede de transmissão em fibra óptica. Na divisão, 141 ficaram com a Claro, 141 com a Vivo e 142 com a TIM, além de 19 com a Sercomtel, 81 com a Brisanet, 2 com o Consórcio 5G Sul (Copel+Unifique), e 4 com a Cloud2U.
Adicionalmente, também deverão ser instaladas estações radio base com capacidade para 5G em outras 1.697 localidades, sendo 1.205 de responsabilidade da Brisanet, 362 da Cloud2U, 66 da Sercomtel, 63 do Consórcio 5G Sul e um da Algar. E finalmente, por conta dos lotes na faixa de 2,3 GHz, Claro, Vivo, TIM, Algar e Brisanet devem atender outros 391 municípios e 6.805 localidades com, pelo menos, 4G.
Como resultado do leilão, as operadoras que compraram espectro vão levar 5G a todas as sedes municipais até 2030, além de custear em R$ 3,1 bilhões a implantação de banda larga fixa em um número a ser definido de escolas públicas, bem como a rede privativa do governo federal e as fibras subfluviais na Amazônia.
Antes disso, devem garantir pelo menos 4G em 391 municípios ainda sem esse serviço e um total de 7.430 localidades também desprovidas. Também precisam levar backhaul de fibra a 530 municípios e garantir cobertura pelo menos 4G em 35,78 mil km de rodovias.