Google é a primeira a aderir à guerra comercial dos EUA contra Huawei
A Google suspendeu negócios com a Huawei que exigem transferência de equipamentos, programas e serviços técnicos, exceto aqueles disponíveis ao público através de licenças de código aberto, informou a agência Reuters ainda no domingo, em novo revés contra a empresa de tecnologia chinesa que foi colocada em uma lista de empresas bloqueadas pelo governo norte-americano de Donald Trump.
O movimento já ecoou em outras empresas de tecnologia dos EUA e nesta segunda, 20/5, empresas como Qualcomm, Intel, Xilinx e Broadcom já soltaram comunicados internos com o mesmo teor, segundo relata a agência Bloomberg. E o efeito já se alastrou para fora dos EUA. Também nesta segunda, a empresa de semicondutores alemã Infineon seguiu o mesmo caminho das americanas. E a francesa STMicro avalia se juntar ao grupo.
“Estamos cumprindo a ordem e analisando as implicações”, afirmou o porta-voz da Google. “Para os usuários do nossos serviços, o Google Play e as proteções de segurança do Google Play Protect continuarão a funcionar nos aparelhos Huawei existentes”, completou.
A suspensão pode prejudicar o negócio de smartphones da Huawei fora da China, já que a gigante chinesa perderá imediatamente acesso a atualizações do sistema operacional Android, do Google. Versões futuras dos smartphones da Huawei que funcionam com Android também perderão acesso a serviços populares como os aplicativos Google Play Store, Gmail e YouTube.
“A Huawei só poderá usar a versão pública do Android e não conseguirá ter acesso a aplicativos e serviços patenteados do Google”, relatou fonte à Reuters. Na quinta, 16/5, o governo Trump incluiu a Huawei Technologies em uma lista de bloqueio comercial, adotando de imediato restrições que dificultam a empresa em fazer negócios com empresas norte-americanas.
Na sexta, o Departamento de Comércio dos EUA disse que cogita diminuir as restrições à Huawei para “evitar a interrupção de operações e equipamentos de rede existentes”. O impacto da inclusão da Huawei na lista do governo dos EUA ainda é desconhecido, já que sua cadeia de suprimento global ainda o está analisando. Especialistas em chips questionam a capacidade da Huawei de continuar operando sem componentes dos EUA.
Em comunicado oficial, a Huawei sustenta que tem feito contribuições substanciais para o desenvolvimento global do Android. Garante ainda que vai manter todos os serviços funcionando. Leiam a íntegra da posição da fabricante chinesa:
“A Huawei tem feito contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android em todo o mundo. Como um dos principais parceiros globais do Android, trabalhamos de perto com a plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que tem beneficiado tanto usuários quanto o setor. A Huawei continuará a fornecer atualizações de segurança e serviços de pós-venda para todos os produtos Huawei, cobrindo todos aqueles que já foram vendidos ou ainda estão em estoque. Continuaremos empenhados em construir um ecossistema de software seguro e sustentável, a fim de fornecer a melhor experiência para todos os nossos usuários globalmente.”