Internet das Coisas inflam ataques DDoS às empresas
A Internet das Coisas entrou, definitivamente, no radar dos cibercrdiminosos. Tanto é assim que o maior ataque de negação de serviço distribuído (DDoS – Distributed Denial of Service) verificado em 2016 foi de 800 Gbps – 60% maior do que o maior ataque registrado em 2015, de 500 Gbps, revela o 12º Relatório Anual sobre Segurança da Infraestrutura Global de Redes da Arbor Networks.
Segundo o levantamento, o crescimento exponencial no tamanho dos ataques foi impulsionado pelo surgimento e transformação em armamento dos botnets de IoT e pelo aumento das atividades de ataque em todos os protocolos de reflexão/amplificação. A reflexão/amplificação pode ser usada por um atacante para multiplicar por centenas de vezes o tráfego dos ataques, ao mesmo tempo que oculta a fonte original. Por exemplo: um atacante envia 1 Gbps de tráfego inicial, e 100 Gbps são entregues ao destino.
O estudo também aponta que os ataques DDoS aumentaram também em frequência: 53% dos prestadores de serviços (contra 44% em 2015) sofreram mais de 21 ataques por mês. Nos data centers, 21% dos entrevistados relataram mais de 50 ataques por mês, em comparação a apenas 8% no ano anterior. E 45% das empresas, entidades governamentais e instituições de ensino pesquisadas sofreram mais de 10 ataques por mês – um aumento de 17% em relação ao ano anterior. E devido às inovações dos ataques, às novas ferramentas e à pronta disponibilidade de serviços de ataques de “booter/stresser”, os ataques DDoS estão ainda mais complexos. Vários vetores de ataques simultâneos são utilizados para atacar diferentes aspectos da infraestrutura das vítimas.
Esses ataques multivetores são populares porque pode ser difícil defender-se deles e geralmente são extremamente eficazes, o que exige uma defesa ágil e em multicamadas. Entre os provedores de serviços 67% reportaram ataques multivetores em suas redes, um aumento significativo em relação a 56% no ano passado e 42% no ano retrasado. E 40% dos entrevistados de empresas, governo e educação testemunharam ataques multivetores. Ataques na camada de aplicativo foram monitorados por quase todos (95%) os entrevistados de provedores de serviços. Os serviços mais comumente visados pelos ataques na camada de aplicativo são DNS, HTTP e serviços da web protegidos (HTTPS).
IoT aumenta a preocupação
O relatório de segurança é taxativo: a fraqueza inerente da segurança em dispositivos IoT e o lançamento do código fonte do botnet Mirai fomentaram a inovação dos invasores e mudaram a situação para empresas que dedicam a atenção necessária à defesa contra DDoS e às melhores práticas. Entre os entrevistados, 83% utilizam soluções inteligentes de atenuação de DDoS (IDMS); 76% utilizam IDMS para atenuar os ataques de IPv6; 57% realizam simulações de defesa contra DDoS, um aumento em relação aos 46% do ano passado e um dos maiores níveis nas últimas quatro pesquisas. A prática está surtindo efeitos. A proporção de entrevistados capaz de atenuar os ataques em menos de 20 minutos subiu para 77%, um aumento em relação aos 74% do ano passado e aos 68% do ano retrasado.
“As pessoas entrevistadas para nossa pesquisa estão familiarizadas com um ambiente de ameaças em constante evolução, com ataques que vêm aumentando em tamanho e complexidade ao longo da última década. No entanto, as botnets IoT mudam o jogo em razão do enorme número de dispositivos envolvidos. Há bilhões desses dispositivos conectados à Internet, e eles são facilmente transformados em armas para o lançamento de ataques maciços. A crescente preocupação com o ambiente de ameaças se reflete nos resultados da pesquisa, que mostram melhorias significativas na implementação de melhores práticas tecnológicas, assim como nos processos de resposta”, observa Darren Anstee, que está à frente da área de tecnologia de segurança da Arbor Networks.
Os dados do relatório baseiam-se em 356 entrevistas de fornecedores de serviços de Nível 1, Nível 2 e Nível 3, além de provedores de serviços móveis, hospedagem e redes empresariais e de outros segmentos em todo o mundo. Dois terços dos respondentes identificaram-se como profissionais de segurança, de rede ou de operações. As informações são relativas ao período que vai de novembro de 2015 até outubro de 2016.