iZettle mira MEIs e usa fabricação local para fidelizar clientes
A sueca iZettle quer avançar no Brasil conquistando os microempresários e uma das ações é a de fabricar suas máquinas na Zona Franca de Manaus. Em entrevista ao portal Convergência Digital, o CEO da companhia no país, Daniel Bergman, não revelou o volume que será fabricado aqui – a empresa se programa para entrar na bolsa de valores na Suécia, país matriz – mas informou que a iZettle conquista 1000 clientes novos por dia, sendo o Brasil um dos três países de maior volume de usuários.
“O Brasil é um país de oportunidades. Pesquisa do SEBRAE mostrou que apenas 28% dos microempresários utilizam máquinas de cartão de débito e crédito para os seus negócios. Nosso objetivo é conquistar esse cliente. Nós antecipamos o valor à vista no prazo de 30 dias para o empresário e ele pode parcelar a compra do seu cliente em até 10, 12 vezes. Essa foi uma inovação criada para o cliente brasileiro”, reforça Bergman.
O executivo revela que as máquinas – antes importadas da Bulgária – já estão em produção em Manaus, por meio de uma fábrica terceirizada, mas preparada para o negócio da iZettle. Antes importada da Bulgária, a máquina de cartão com tecnologia própria passa a ser confeccionada na Zona Franca de Manaus (AM). A iniciativa da empresa já resultou na redução do valor do produto em 33% para o consumidor final no Brasil.
No primeiro semestre, o volume de transações com as máquinas de cartão da iZettle do Brasil cresceu 40% em comparação com o mesmo período do ano passado, acima da média do mercado que deverá fechar em torno de 7%, segundo as projeções da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços). “Usamos canais de venda na Internet e simplificamos ao máximo para o microempresário. Não há burocracia e todo o processo se faz por meio de um aplicativo”, diz Bergman.
Indagado se os smartphones como meio de pagamento são concorrentes das máquinas de cartão, o CEO da Izettle Brasil garante que não. “Os smartphones favorecem as compras. Eles simplificam o processo. Usamos o smartphone como aliado. Mas é fato: o microempresário sabe que o parcelamento é o meio preferido do consumidor. E é o que o facilita o negócio. Hoje o cartão é usado em diferentes mercados e mais e mais no dia a dia. As pessoas evitam sair com dinheiro”, completa.