Kassab: Se degradar serviço, a intervenção na Oi será imediata
Para o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, se a Oi tivesse algum problema de degradação de serviço, a intervenção da Anatel já teria acontecido. “A questão da Oi é econômica, se operacionalmente não estivesse correspondendo às obrigações contratuais, já teria sido feita a intervenção. É inadimissível que ela falhe um único dia, muito menos uma semana, ou um mês”, disse a jornalistas durante a reinauguração do centro de inovação da Huawei, em São Paulo, na sexta-feira, 07/04.
Kassab reiterou que não é intenção do governo fazer a intervenção na Oi, mas admite que a preocupação aumenta dia a dia, uma vez que as negociações entre a empresa e os credores não avançam como o esperado. “Nenhuma empresa no Brasil tem uma dívida de R$ 65 bilhões como a Oi tem e com bancos públicos envolvidos. É natural que se tenha uma tensão e um cuidado muito grande. Pedimos para a Anatel se preparar para a intervenção e ela está preparada. Já selecionou os nomes para a intervenção. Esperamos que não seja necessário, mas se for, estamos preparados”, reforçou.
Kassab não quis dar uma data para a publicação da Medida Provisória que vai redefinir o modelo de intervenção do governo em concessões públicas, até porque a MP passa pela avaliação de diversos ministérios. Sustenta ainda que não é necessário esperar a MP para uma possível intervenção na Oi, mas admite que se houver a MP publicada, a segurança jurídica será maior.
Capitalização
Na sexta-feira, 07/04, a Oi divulgou um posicionamento confirmando que está buscando uma capitalização, mesmo durante o processo de recuperação judicial, conforme o publicado pelo jornal Valor Econômico. Leia a íntegra da nota da Oi.
A Oi estuda alternativas dentro do processo de renegociação da sua dívida para incluir aumento de capital na companhia, tema que vem sendo abordado nas diversas interações que mantém com credores, acionistas e potenciais investidores. A análise sobre potencial emissão de capital, ainda em estágio inicial de discussão entre os atores no processo, seria para fortalecer ainda mais o balanço da companhia e não para equacionar as dívidas com os credores, mantendo os recursos novos exclusivamente para investimentos.
“Estamos comprometidos em buscar alternativas possíveis para equacionar a dívida da companhia e a injeção de recursos novos nesse momento parece que nos ajudaria a estabelecer um diálogo entre acionistas e credores e chegar num acordo. Estamos ainda em fase inicial de discussão sobre as condições e volume de aportes a serem feitos, mas os recursos poderiam vir de acionistas, credores e investidores externos. Essa iniciativa de trazer dinheiro novo para investimentos e não para pagamento de dívida mostra os movimentos que estão sendo feitos para garantir o fortalecimento da Oi”, revela Marco Schroeder, presidente da Oi.