Megaoperação da Receita e PF caça 14 empresas por venda de celular pirata

Polícia e Receita Federal deflagraram nesta terça, 27/8, uma ação conjunta, a Operação Desabastecimento, para coibir o contrabando de aparelhos celulares e outros eletrônicos introduzidos irregularmente no País por associação criminosa estabelecida em Joinville-SC.

Na ação, 140 policiais federais e 50 servidores da Receita Federal cumprem 37 mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e comerciais vinculados a 14 empresas da cidade.

Durante as investigações, a PF identificou que o grupo criminoso comercializava eletrônicos como smartphones, tablets, notebooks, smartwatches, fones de ouvido e outros acessórios para celulares e computadores.

Esses produtos estavam sendo internalizados no Brasil de maneira clandestina, sem os desembaraços aduaneiros, e eram vendidos em lojas físicas e pela internet, por meio de redes sociais. Segundo apurou esta Convergência Digital, os aparelhos seriam da Xiaomi e da realme.

Há suspeita de que o grupo tenha realizado, nos últimos três anos, movimentações financeiras superiores a R$ 80 milhões, decorrentes das atividades ilícitas.

Os responsáveis pelas empresas envolvidas poderão responder pelos crimes de descaminho, associação criminosa e lavagem de capitais.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, o mercado “cinza” mordia 8% do total em 2022, quando calcula terem sido comercializados 3 milhões de aparelhos contrabandeados. Em 2023, esse número não parou de crescer a cada trimestre: 9%, 11%, 17% e 25% no fim do ano passado, quando o total de aparelhos irregulares chegou a 6,2 milhões.

As fabricantes de eletrônicos no país acusam os maiores portais de vendas, Mercado Livre e Amazon, de não atuarem para coibir a venda de equipamentos irregulares. A Anatel apertou as empresas e determinou medidas para proibir a comercialização, mas as plataformas rejeitam que o regulador de telecom tenha papel no assunto e foram à Justiça contra as medidas.