Telecom

Nem 1% das parabólicas do 5G previstas para o CadÚnico foi instalada

O 5G talvez seja uma realidade muito distante dos brasileiros mais pobres. O certo é que menos de 1% dos kits de antenas parabólicas destinadas à distribuição e instalação gratuita aos inscritos no Cadastro Único dos programas sociais foi efetivamente recebida. 

A EAF/Siga Antenado, braço operacional da implantação do 5G no país, calculou em cerca de 215 mil (214,5 mil sem os dados de Belém e Manaus) os kits a serem entregues a famílias residentes nas 27 capitais. Mas até 9 de setembro, data do balanço mais recente, apenas 1.597 tinham sido instaladas. 

Tanto Moisés Moreira, presidente do GAISPI, o grupo coordenador do processo, como Leandro Guerra, presidente da Siga Antenado, apontam para um aparente desinteresse dos potenciais beneficiados. Avaliam que o cenário pode mudar à medida que a implantação do 5G avance para as cidades do interior. 

A distribuição e instalação dos kits se justifica pela potencial interferência dos serviços em 5G que usam a radiofrequência de 3,5 GHz sobre os sinais de televisão transmitidos via satélite e captado por parabólicas. Para evitar isso, é preciso substituir as antenas por outras. 

Vale registrar, no entanto, que a EAF/Siga Antenado recebeu praticamente 3 milhões de contatos de pessoas que buscavam informações sobre as antenas parabólicas. Mas dessas procuras, pouco mais de 1,1 milhão tentou agendamento. 


Praticamente todos esses, porém, foram consideradas fora das regras de elegibilidade, ou excluídos na triagem de interferência ou de conflito de dados. Daquele milhão, só 5 mil visitas foram agendadas – em 3 mil casos não houve instalação, em 341 houve novo agendamento. Daí os 1.597 efetivamente com novas antenas. 

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