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Nextel Brasil comemora ARPU alto, mas matriz admite ‘caixa desconfortável’

A Nextel Brasil anunciou nesta quinta-feira, 09/03, os resultados financeiros registrados no 4º trimestre do ano passado. A operadora fechou 2016 com um incremento de 24% nas receitas relacionadas à tecnologia 3G/ 4G comparado ao ano anterior.

O balanço reporta ainda que as iniciativas para otimização de processos promovidas pela nova gestão da Nextel resultaram em uma redução de 24% nas despesas operacionais e de 27% nos custos de aquisição por cliente, também comparado ao ano de 2015. Adicionados ao aumento na receita de 3G/4G e ao crescimento da base, os resultados culminaram no registro do EBITDA ajustado positivo pelo quarto trimestre consecutivo.

Em comparação com 2015, o EBITDA ajustado saltou de um resultado negativo de R$ 294,9 milhões para um saldo positivo de R$ 204,1 milhões. A receita total de 3G/ 4G cresceu 7% no 4º trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho anual foi 24% superior ao registrado em 2015.

O balanço mostra ainda que, enquanto as empresas do setor registraram retração em sua base de clientes, a Nextel obteve crescimento de 3% dentre os usuários de 3G/4G entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016 -, passando de 2,745 milhões de clientes para 2,815 milhões.

Na comparação entre o 4º trimestre de 2015 e o 4º trimestre de 2016, as adições brutas por meio de portabilidade passaram de 27% para 33% do total das novas aquisições de 3G voz.Em relação às despesas operacionais, houve redução de 17% no 4º trimestre de 2016 em comparação ao mesmo período do ano anterior.


No acumulado de 2016, as despesas caíram 24% em relação a 2015. Em relação ao último trimestre de 2015, o custo de aquisição por cliente (do inglês CPGA*) registrou queda de 7%. No acumulado do ano, a queda foi de 27%.O ARPU3G/4G registrado no período foi de R$ 69,40, bastante comemorado pela tele por ser o mais alto do mercado.

A controladora da Nextel Brasil, a NII Holdings, que manteve a operação brasileira como o único ativo, também divulgou seus resultados. Em 2016, a empresa perdeu 18,8% em receita operacional, que ficou em US$ 985 milhões (cerca de R$ 3 bilhões). A operação brasileira é o único ativo da holding. Os custos operacionais passaram US$ 689,1 milhões em 2015, para US$ 2,5 bilhões em 2016, devido a baixas contábeis realizadas ao longo do ano, no valor de mais de US$ 1,38 bilhão. A companhia teve prejuízo líquido de US$ 1,55 bilhão, ante lucro de US$ 1,45 bilhão um ano antes.

No balanço, o CEO NII Holdings, Steve Shindler, admite que a posição de caixa da companhia é desconfortável. A empresa terminou o ano com US$ 257,4 milhões em caixa, menos que os US$ 340 milhões de 2015. “Realizamos uma série de iniciativas para diminuir a queima de caixa. Mas os desafios enfrentados no Brasil e o serviço da dívida estão pressionando nossa liquidez”, completou. A NII Holdings informou ainda que alongou a dívida com os credores ao longo de 2016.

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