Telecom

O B2B será a ‘aplicação matadora’ do começo do 5G

As operadoras ao redor do mundo estão lançando redes de quinta geração (5G) seja em caráter já comercial seja como teste. No painel “5G: tecnologias, modelo de negócios e cases”, realizado no XII Seminário Telcomp, que acontece nesta terça-feira, 12/11, em São Paulo, Ari Lopes, consultor da Ovum, destacou que 5G vem primeiro como uma evolução e depois causará uma revolução.

A BT, por exemplo, lançou em maio deste ano a rede 5G em Londres (Inglaterra) e depois em outras oito cidades. A meta é chegar a 16 cidades até o fim de 2019 e em 2020 ter o core operando em 5G com tudo integrado. A implantação foi feita em cima da infraestrutura de 4G, conforme explicou Marcelo Leite, diretor da BT Global Services.

“5G vai trazer bastante inovação e para o mercado corporativo diversas soluções de negócios para nossos clientes”, afirmou Leite, acrescentando que a BT analisa e conduz testes para aplicações no mercado de mídia para transmissões em grandes eventos e para o atendimento de emergência com equipamentos como de ultrassom conectados à rede 5G.

No Brasil, a Algar tem, há dois anos, um time multidisciplinar que está analisando 5G e acompanhando os movimentos junto aos fornecedores e modelos de negócios que estão sendo lançados. “Mais que entender como será 5G, a Algar está preocupada com decisões que tomamos hoje para nos preparar, como o core da rede móvel, telco cloud”, disse Wendel de Melo Vicente, diretor de tecnologia e redes da Algar.

A operadora mineira conta com um centro de inovação que já começou a experimentar modelo de negócios e tem um trial rodando em Uberlândia para demostrar aos clientes e experimentar os novos recursos que 5G traz. “Dividimos 5G em duas fases: a primeira é voltada para o acesso, mas a grande mudança virá com a transformação  do core, com edge computing e segmentação da rede”, destacou.


Leonardo Contrucci, diretor de inovação da Claro, chamou a atenção para qual será a aplicação crucial para o mercado de 5G. “Na época de 3G e 4G, não tínhamos uma killer application; não sabíamos que viria um Waze, mas nós, como operadoras, temos de nos preparar, desenvolver soluções com parceiros. Mas, normalmente, como vemos na história as killer applications vêm de outros players e ajudaram a monetizar a rede”, sinalizou.

Contrucci defendeu que as soluções B2B, ou seja, para o mercado corporativo são as que vão transformação a sociedade e os países; e afirmou que a operadora está fazendo testes. “São apostas; algumas vão dar certo, outras não. Vamos testar coisas daquilo que achamos que tenha caminho para frente”, disse, citando uma projeção de holograma feita recentemente como exemplo de solução que poderia ser usada para ministrar aulas e o mercado de jogos como tendo grande potencial. 

Os painelistas concordaram que as redes de fibra ótica e 5G serão complementares. “Onde você tem fibra ótica o custo do gigabit da fibra será menor. A grande importância de 5G é colocar uma diversidade de soluções e 5G vai ser mais interessante para acesso final em áreas que não têm cobertura da infraestrutura terrestre”, apontou Leite, da BT Global Services. Para Wendel Vicente, da Algar, trata-se de uma questão de timing. “A necessidade de investimentos em fibra ótica é anterior ao nível de maturidade de 5G”, completou.

Em entrevista à CDTV, do Convergência Digital, Marcelo Leite, diz que testes estão sendo feitos com o mercado corporativo no exterior e adianta que, aqui, já há muitas conversas acontecendo, principalmente, com Internet das Coisas.

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