Oi aumenta dívida líquida, mas obtém resultado na estratégia de fibra
A Oi encerrou 2020 com um aumento no prejuízo e queda na receita, em função do impacto da Covid-19, mesmo com o processo de venda de ativos. A receita líquida no quarto trimestre de 2020 foi de R$ 4,777 bilhões, uma queda de 2,8% no comparativo anual. Na acumulado do ano, a companhia apresentou R$ 18,776 bilhões nas receitas, redução de 6,8%, conforme relatório financeiro divulgado nesta segunda-feira, 29/03.
A fibra segue sendo o grande alvo da Oi para a sua recuperação. Ao final de dezembro, a companhia registrou 9,1 milhões de casas passadas (HP, na sigla em inglês) e 2,1 milhões de casas conectadas (HC). A receita do FTTH foi de R$ 98 milhões e, de acordo com os números da Oi, compensou o declínio do cobre no trimestre, quando apresentou receita no segmento residencial de R$ 1,626 bilhão (contra R$ 1,625 bilhão no terceiro trimestre). Outro bom resultado da Oi foi no setor corporativo. Houve um aumento de 54% na receita de TI, com R$ 194 milhões, mas no B2B a Oi registrou um declínio de 5,5% no ano – aqui também com o impacto da Covid-19 – fechando com R$ 5,226 bilhões.
A Oi apresentou um lucro de R$ 1,798 bilhão nos últimos três meses do ano (contra prejuízo de R$ 2,263 bilhões), o que não reverteu o prejuízo de R$ 10,530 bilhões no acumulado de 2020. A cifra foi maior do que a de 2019, quando a operadora teve prejuízo de R$ 9 bilhões.Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de R$ 1,666 bilhão no trimestre, um aumento de 28,4%. No ano, foi de R$ 6,409 bilhões, aumento de 64,5%. A margem chegou a 34,9% no trimestre (aumento de 3,3 pontos percentuais) e 34,1% no ano (avanço de 14,8 p.p.)
A dívida líquida da operadora aumentou 36,9% e encerrou o trimestre em R$ 21,797 bilhões. A operadora afirma que o crescimento se deu por conta do impacto da covid-19, “além das incertezas fiscais e risco político no front doméstico”. A operadora encerrou o ano passado com caixa disponível: R$ 4,554 bilhões no trimestre, quase o dobro (98%) de 2019; e R$ 22,622 bilhões no acumulado de 12 meses, aumento de 40,9% no comparativo anual. Entre outubro e dezembro, a empresa reduziu o Capex em 12,8%, totalizando R$ 1,736 bilhão. De janeiro a dezembro, o volume de investimentos caiu 6,9%, total de R$ 7,299 bilhões.
A Oi Móvel, vendida por R$ 16,5 bilhões para Claro, TIM e Vivo e aguarda anuência da Anatel e do Cade, representou aumento de 6,3% no segmento pós-pago, totalizando R$ 688 milhões nos últimos três meses do ano. Segundo a operadora, isso está em nível pré-pandemia. No total, a mobilidade pessoal sofreu queda de 3% nas receitas trimestrais, totalizando R$ 1,723 bilhão. Em 12 meses, o recuo foi de 3,8%, total de R$ 6,751 bilhões.
*Com informações da Oi na CVM