Oi quer definir recuperação judicial até setembro
A Oi espera que até setembro se tenha uma decisão de acionistas e credores para a recuperação judicial da companhia. Ainda em maio, a segunda lista de credores será encaminhada à justiça. Há o rito do processo e a expectativa da operadora é ter tudo definido da ‘forma mais equilibrada para todos’. “É o processo mais complexo da história do Brasil. Mas todos os ritos estão sendo cumpridos e estamos trabalhando muito para assegurar a sustentabilidade da Oi”, afirmou o presidente da operadora, Marco Schoroeder, durante teleconferência de resultados realizada nesta quinta-feira, 11/05.
A data de setembro foi dada pelo diretor financeiro e de relações com investidores, Ricardo Malavazi. Segundo ela, é um período bastante plausível para o cumprimento de todos os ritos para a realização da assembleia de acionistas e credores. “As negociações estão evoluindo e acontecem com credores e acionistas e ajustes finos ainda podem acontecer. Não nos negamos a conversar em nenhum momento”, acrescentou Marco Schoroeder.
Balanço financeiro
No balanço financeiro do primeiro trimestre, divulgado pela Oi, o prejuízo líquido no primeiro trimestre bem inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, em um resultado apoiado por efeitos da queda de juros e da valorização do real sobre a dívida da companhia. A Oi teve prejuízo líquido de 200 milhões de reais de janeiro a março, ante o resultado negativo de 1,815 bilhão de reais um ano antes.
A receita líquida de serviços continuou a cair, recuando 7,3 por cento sobre o primeiro trimestre de 2016, em meio à crise econômica do país que pesou sobre os planos pré-pagos e sobre as financias dos governos municipais e estaduais que têm enfrentado dificuldades para pagar suas contas. Mas a receita de serviços móveis teve oscilação positiva de 0,2 por cento ante o quarto trimestre, em um sinal de que a flexibilização dos planos de dados e os primeiros sinais de recuperação econômica podem ter interrompido a queda.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia em recuperação judicial foi de 1,72 bilhão de reais de janeiro a março, queda anual de 2,4 por cento. As despesas operacionais caíram cerca de 10%, com foco da empresa em melhoria de eficiência. A operadora ampliou em 1,9% os investimentos no 1T17 em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 1,2 bilhão no trimestre e representando 20,2% da receita total líquida.