Telecom

Oi reafirma fibra ótica como prioridade e quer R$ 1,5 bilhão com venda de torres e data centers

Apesar da pandemia do coronavírus, a Oi mantém a expectativa de arrecadar R$ 1,5 bilhão com as vendas das torres móveis e dos datacenters ainda no primeiro semestre de 2019, afirmou o CEO Rodrigo Abreu, em teleconferência de resultados do quarto trimestre nesta quinta-feira, 26/03. O balanço financeiro reportou um prejuízo líquido de R$ 2,3 bilhões, mas 2019 foi considerado um ‘ano de recuperação onde as estratégias definidas trouxeram resultado positivo’.

O caixa da Oi fechou o ano com R$ 2,3 bilhões, uma queda de 50,3%, mas também foi justificada pelo investimento feito no que foi classificado por Rodrigo Abreu, a espinha dorsal da recuperação da operadora: fibra ótica. “Passamos a fibra em 4,6 milhões de casas em 2019. Nossa meta para 2020 é chegar a 8,6 milhões. E transformar casa passada para casa conectada também é ambiciosa. Fechamos 2019 com 675 mil novos assinantes e para este ano, a projeção é chegar a 1,8 milhão, com um ARPU de R$ 85,00”, reforçou

O CEO da Oi revelou ainda uim um plano de “de-averaging”, pelo qual mapeou 18 mil estações e centrais como forma de acelerar o desinvestimento em cobre- acesso via XDSL – e o impacto da medida na receita da empresa, mas diz que a receita dos novos usuários da fibra compensa o movimento. “Não vendemos mais cobre e só estamos investindo no que é obrigação regulatória à espera do que virá com a regulamentação do novo Marco Legal de Telecom”, pontuou. O plano projeta reduzir as perdas derivadas da concessão em até R$ 1 bilhão no médio prazo.

Sobre o impacto do coronavírus na Oi, Rodrigo Abreu disse que as medidas de contingência foram tomadas para preservar as pessoas. O CEO admitiu que as vendas de aparelhos vai cair, com o fechamento das lojas em todo o Brasil como ação de combate à pandemia. “Tomamos todas as medidas para preservar as pessoas. Sabemos que haverá impacto, mas o setor de telecom está trabalhando em conjunto para assegurar a continuidade dos serviços”, completou.

balanço financeiro


A Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016, divulgou prejuízo líquido trimestral de R$ 2,3 bilhões contra uma perda de R$ 3,3 bilhões de reais em 2018. A operadora reportou uma receita líquida de 4,9 bilhões de reais no quarto trimestre encerrado em 31 de dezembro, queda de 8,4% em relação ao ano anterior, principalmente devido à queda na receita de telefones fixos, parcialmente compensada pela maior receita com redes móveis.

A receita líquida consolidada totalizou R$ 20.136 milhões no ano de 2019 com queda de 8,7% em relação a 2018. Desse montante, R$ 7,26 bilhões correspondem ao segmento Residencial (-13,5%, R$ 7,01 bilhões ao segmento de Mobilidade Pessoal (-2,8%), R$ 5,52 bilhões ao segmento B2B (-7,6%). A tele manteve a previsão estimada do Capex, em 2019, mas também fez uma pequena antecipação, chegando a R$ 7,4 bilhões em dezembro. Para 2020, prevê a manutenção dos níveis de investimento em R$ 7 bilhões.

O resultado levou a aumento do endividamento do grupo. O bruto passou de R$ 16,45 bilhões para R$ 18,22 bilhões. Já a dívida líquida aumentou de R$ 11,82 bilhões para R$ 15,92 bilhões. Conforme a empresa, a elevação foi resultado do acréscimo de juros em moeda nacional e estrangeira, da amortização do ajuste a valor presente (AVP), bem como da desvalorização do Real frente ao Dólar no ano, que foi de 4,0%. O caixa consolidado da Companhia ao final de 2019 totalizou R$ 2,3 bilhões, nova redução no ano, desta vez de 50,3%. A queda no nível do caixa se deveu à estratégia de investimentos, previsa no plano estratégico.

A Oi terminou 2019 com 7 milhões de clientes de telefonia fixa no segmento Residencial, redução de 15,4% em relação ao 2018, refletindo a tendência de queda de demanda por voz e substituição por dados. A Companhia fechou o ano com 4,2 milhões de clientes de banda larga fixa no segmento Residencial, redução de 13,9% versus 2018. A queda se justifica principalmente pela maior competição de players locais que oferecem serviços de banda larga em pequenas cidades, fora dos grandes centros urbanos.

No produto de TV Paga, a Companhia apresentou o melhor desempenho do mercado no ano, +0,5p.p. de market share, alcançando 9,6% do mercado brasileiro em dezembro de 2019. No segmento de mobilidade pessoal, a Oi fechou 2019 com 34 milhões de clientes, uma redução de 2,9% quando comparado a 2018. Nos últimos doze meses, essa redução é representada por 1,02 milhão de UGRs, sendo 2,81 milhões usuários pré-pagos e adição de 1,78 milhão de assinantes de pós-pagos.

A redução do Pré-pago é reflexo da tendência do mercado de consolidação de chips. A Oi praticamente manteve seu patamar de Market Share no Pré (21,0% versus 20,9%). Por outro lado, no Pós-pago, impulsionado pelos investimentos em 4,5G que propiciaram o lançamento de um novo portfólio de ofertas, a Oi reverteu a tendência dos últimos anos e conseguiu adicionar mais de 1,7 milhão de clientes à sua base.

A Oi encerrou 2019 com uma base elegível ao Oi Play, de 4,4 milhões de clientes (1,4 milhão – clientes TV, 1,8 milhão – clientes banda larga, 1,2 milhão – clientes Móvel), 21,6% dessa base já acessou a nova plataforma. No B2B, a Oi encerrou 2019 com 6,59 milhões (6,72 milhões em 2018) UGRs, uma redução de 1,7%. Para o segmento Corporativo, os esforços continuaram na venda dos serviços de Dados e de TI para capturar novas e crescentes demandas de mercado e reduzir a dependência dos serviços de voz.

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