Para TIM, 5G nas capitais em julho depende da liberação da faixa comprada no leilão
Em que pese o prazo exíguo, a chegada do 5G nas capitais brasileiros até o fim de julho deste 2022 tem condições técnicas de acontecer por conta de dificuldades menores para a mitigação de interferências com outros serviços, notadamente com a recepção de sinais pelas antenas parabólicas. A data depende da liberação da faixa de 3,5 GHz, adquirida pelas operadoras no leilão do ano passado.
Para o vice presidente da TIM, Mario Girasole, ainda dá tempo de cumprir o cronograma, porque as encrencas associadas à liberação da radiofrequência são menores do que quando foi implantado o 4G – que dependia também da transferência de espectro que era usada para transmissões de TV.
“Tem duas grandes diferenças do 4G. Uma é que a relação entre telecom e radiodifusão acabou facilitada pela experiência anterior. A segunda é na própria dinâmica. A gestão do tema da interferência na TVRO é no sentido contrário do problema na TV Digital. Porque a TVRO é mais relevante no interior que nas grandes cidades, onde o tamanho da população fazia diferença. Essas premissas devem dar muito mais celeridade ao processo”, afirmou Girasole nesta quinta, 24/2, após apresentação dos resultados trimestrais da TIM Brasil.
Na mencionada experiência anterior, teles e TVs formavam o grupo, junto com Anatel e governo, que supervisionou a transição para TV Digital de forma que a faixa de 700 MHz fosse usada pelo 4G. Agora, teles e emissoras estão juntas novamente em grupo semelhante, pois o uso da faixa de 3,5 GHz pelo 5G depende da recepção da TVRO (leia-se antenas parabólicas) migrar para outra parte do espectro – a banda Ku.
Para o diretor de tecnologia da TIM, Leonardo Capdeville, o ambiente tecnológico também é diferente. “Antes a gente falava de um set top box desenvolvido no Brasil, uma jabuticaba. Agora estamos falando em migração para banda Ku, algo já consolidado, com dispositivos que já são largamente usados, inclusive no Brasil”, disse.
“Não podemos contar com a liberação do espectro se vai ou não atrasar. Estamos fazendo o rollout para cumprir com as obrigações que definem que em julho temos que ativar o 5G nas capitais. Mas estamos confiantes que a Anatel e a EAF vão conseguir cumprir com essa liberação do espectro”, completou Capdeville.
Lucro
A TIM fechou 2021 com lucro normalizado de R$ 2,2 bilhões, alta de 17,6%. Normalizado porque número absoluto foi ainda maior, R$ 2,9 bilhões, ou alta de 60% sobre 2020, se for considerada a venda de 51% da operação de fibras ópticas (renomeada I-Systems) por R$ 782 milhões. De forma semelhante, ao verificar apenas o resultado do quarto trimestre de 2021, o lucro caiu 26%, para 768 milhões, porque um ano antes a empresa contabilizou ganhos da parceria com o banco C6.
A TIM associou os bons resultados com o desempenho dos serviços móveis e das conexões em fibra. “Um dos resultados dessa combinação é a rentabilização da base de clientes, com o pós-pago já representando quase 60% da receita de serviços. Como consequência, a receita média por usuário móvel cresceu 5,9% em 2021, atingindo R$ 26,40. Outro bom exemplo da eficácia dessa estratégia fica evidente nos resultados da TIM Live. A ultra banda larga fixa da companhia teve elevação de receitas de 14,7% na comparação ano contra ano.”