Prefeitura de São Paulo culpa teles pelo atraso na limpeza dos postes
As empresas de telecomunicações também são responsáveis pela demora nos programas de enterrar fios e ordenar postes, sustentou o secretário municipal de serviço e obras, Vitor Levy Castex Aly, durante o Fiber Connect Latam 2019, evento da Fiber Broadband Association, realizado em São Paulo de 25 a 27 de março.De acordo ainda com o secretário, faltam ainda projetistas e executores especializados, bem como empresas capacitadas, para fazer o enterramento dos fios na cidade de São Paulo.
Outros problemas enfrentados durante a execução do programa SP sem fios estão relacionados à liberação do trânsito nas vias e à solicitação dos lojistas para não interromper as obras em época de festas. O programa, iniciado em julho de 2017, é uma parceria entre a prefeitura, a Enel e as empresas de telecomunicações e, segundo o secretário, não conta com recursos financeiros da prefeitura. Ele está sendo executado em três regiões.
Na região central, serão beneficiadas 117 ruas, com remoção de 2109 postes e 52 quilômetros de fios enterrados. Do total, apenas 14 ruas foram concluídas, com remoção de 101 e enterramento de 30 km de cabos. Na Vila Olímpia, as obras civis das 13 vias (parte delas, na verdade) previstas estão concluídas. O projeto prevê 4,4 km de fios enterrados e 321 postes removidos. E no entorno do Mercado Municipal, o projeto contempla 40 ruas, com retirada de 584 postes e 9 km de fios enterrados.
“Temos interesse em avançar em valas técnicas, na ordenação do nosso subsolo, fazendo a gestão dele. Mas não dá pra planejar os eixos e na semana seguinte você rasga a avenida, porque não houve articulação e a informação não estava lá. Precisamos organizar a bagunça do subsolo”, ressaltou o secretário em sua apresentação. “Gostaríamos de ter ingerência nas galerias e valas técnicas.”
Ele reclamou que a prefeitura não tem poder para legislar sobre o uso do subsolo e poder para fazer atuação, para penalizar as empresas. “Não temos poder de forçar de forma mais incisiva a transformação da cidade. Estamos trabalhando em Brasília para que este poder decisório venha para o município”, disse na palestra. Questionado por jornalistas, o secretário disse que ainda não tem nenhum projeto elaborado, somente conversas iniciais.
“As empresas decidem. A Eletropaulo tem uma liminar e poder sobre o uso do solo que a gente não tem quase que autonomia nenhum”, disse. “Por que não poderíamos entregar a vala seca para eles colocarem o equipamento”, questionou.
Outro projeto da prefeitura é o reordenamento das redes aéreas. Também parceria com a Enel e as telcos, o programa está sendo executado desde julho de 2017 em várias regiões da cidade sob coordenação da concessionária de energia elétrica, que era a Eletropaulo, que foi adquirida pela Enel. Para este projeto, a única participação da prefeitura é dar apoio logístico. Segundo Aly, as obras nas ruas Quatá, Alvorada e Ribeirão Claro foram concluídas. Os próximos bairros são lapa, Liberdade, Perdizes, Pinheiros, Vila Mariana e Tatuapé.
Em julho do ano passado, a Eletropaulo havia divulgado que estava R$ 21,5 milhões na região da Vila Olímpia e R$ 29,4 milhões no entorno do Mercado Municipal em obras de enterramento da rede elétrica (redes subterrâneas). À época, a concessionária falou que retiraria 320 postes da região da Vila Olímpia.
De acordo com a Eletropaulo, parte da rede de distribuição de energia elétrica na cidade de São Paulo é subterrânea desde 1902, sendo que houve um novo ciclo de expansão dessa rede no centro de São Paulo na década de 1970. Nesses locais, os postes estão ocupados somente com ativos de empresas de telecomunicação (telefonia, TV e internet) e de iluminação pública (Ilume, empresa da prefeitura de São Paulo), além de engenharia de tráfego (semáforos, CET). A empresa ressaltou que, nestes casos, a responsabilidade de manutenção é das respectivas empresas.