Presidenciáveis deixaram a economia digital de fora das suas agendas
As telecomunicações ainda são um tema pouco debatido entre os presidenciáveis. Nesta segunda-feira 1/10, durante o lançamento do manifesto por um novo pacto digital, o presidente da Telefônica, Eduardo Navarro, afirmou, ter tido encontros com algumas das candidaturas, falando com “números dois, vices, e equipe econômicas”.
“Entre nós, temos, como setor, a mensagem de que é assunto relevante e que mereceria ser levado. Mas, infelizmente, temos a constatação de que o assunto é muito pouco debatido. Tem uma pincelada aqui e ali, mas esta percepção de nova realidade digital não faz parte das agendas públicas dos candidatos”, afirmou Navarro.
O executivo disse que, havendo oportunidade, tentará levar o tema aos candidatos, senão, uma vez conhecido o vencedor, há interesse do setor em procurar a equipe do vencedor e salientar a importância do debate do digital e conectividade para a sociedade brasileira.
A Telefônica lançou no Brasil seu manifesto por um novo pacto digital. O documento, estruturado em cinco pilares, foi, primeiramente, lançado na Espanha, país sede da Telefônica, em junho deste ano. Para Navarro, há consenso no setor em políticas públicas para conectividade. “Embora não tenha havido discussão formal sobre o pacto digital [lançado pela Telefônica nesta segunda-feira], a probidade para haver consenso é elevada”, disse.
Ele acrescentou que o lançamento, faltando pouco para a eleição não teve vinculação com a agenda eleitoral. O presidente da telco mostrou estar ciente de que não dá para colocar os temas levantados no manifesto, neste momento, no debate eleitoral. “Sinto falta porque houve debate com os candidatos sobre indústria, agricultura, uma série de setores que conseguiram organizar o debate, mas nós não tivemos a capacidade de organizar este tipo de debate”, afirmou.
Sobre a situação do Brasil em 2019, o executivo falou em aumento de investimento e disse estar confiante. “Nossos investimentos são no longo prazo. Vamos investir mais que este ano. Ainda estamos em fase de elaboração do plano, mas vai ser maior em 2019 que 2018. Não tenho medo de desastre, tenho mais medo de oportunidade perdida. Temos economias que competem conosco por recursos e no cenário de crescer 1,5% a 2% perdemos oportunidade de andar mais.”