Reino Unido politiza 5G; tem custo de até R$ 10 bilhões e deflagra embate global
O xadrez que envolve a relação entre os Estados Unidos, no governo Trump, e a China, teve nesta terça-feira, 14/07, um fato explosivo e deflagrador de um round global:o Reino Unido baniu a chinesa Huawei dos projetos 5G. A politização do uso da tecnologia terá impacto relevante à economia do Reino Unido: o próprio governo admite que o 5G deverá atrasar de dois a três anos no Reino Unido, além de um custo projetado a mais de até R$ 10 bilhões.
“Não tomamos essa decisão de ânimo leve e admitimos que isso vai atrasar a nossa implantação do 5G”, reportou à Câmara dos Comuns, o Secretário de Estado do Reino Unido para Digital, Cultura, Mídia e Esporte, Oliver Dowden. As operadoras estão proibidas de usar a Huawei no 5G até 2027. Até então, por decisão tomada em janeiro, a fabricante chinesa podia ser usada em até 35% das infraestruturas.
As operadoras BT e Vodafone – efetivas compradoras da tecnologia- se mostram preocupadas com a possibilidade de o banimento vir a ser estendido para outras infraestruturas. As duas teles informaram que a remoção dos equipamentos da fabricante chinesa levaria de cinco a sete anos para evitar uma interrupção dos serviços aos consumidores.
No Brasil, já há a especulação que o 5G não será apenas técnico, mas político. Caso o presidente Jair Bolsonaro venha a intervir no 5G brasileiro e impedir a participação da Huawei, e replicar o modelo do Reino Unido, as operadoras teriam um trabalho considerável. A maior parte da infraestrutura da telefonia móvel usa equipamentos da Huawei.