Risco de apagão de energia revive pesadelo para Telecomunicações
O pesadelo do apagão de energia elétrica está de volta no Brasil. Nesta sexta-feira, 28/05, as distribuidoras de energia do Distrito Federal, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro, reportaram interrupção do fornecimento de energia.
Faltou luz por cerca de 20 minutos em Brasília, por exemplo. A EDP Brasil informou que os clientes de suas distribuidoras em São Paulo e Espírito Santo também tiveram o fornecimento afetado entre 11h26 e 11h51. Em São Paulo, foram 190 megawatts (MW) de cargas interrompidas, impactando em torno de 210 mil clientes. Já no Espírito Santo, foram 256 MW, com impacto em cinco clientes industriais. A agência reguladora do setor, Aneel, responsabilizou a falha técnica de duas linhas de Itaipu pelo apagão. Mas a situação não é tranquila ou pontual.
Nesta quinta-feira, 27/05, o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu um alerta de emergência hídrica associado à escassez de chuvas na região hidrográfica da Bacia do Rio Paraná, que abrange os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, para o período de junho a setembro deste ano. O Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) admitiu que o setor enfrentou o pior regime de chuvas, entre setembro e maio, em 91 anos. O Governo, porém, ainda não detalhou nenhum programa de racionamento de energia ou ações para contornar a questão.
O racionamento de energia afeta toda a produção industrial, mas é muito sentido no setor de telecomunicações. Em novembro do ano passado, por exemplo, um apagão atingiu o Amapá. Foi necessário um esforço concentrado da Anatel, Ministério das Comunicações e das teles para garantir um mínimo dos serviços em atividade. Boa parte desses serviços, como telefonia móvel e internet, foi ofertado por meio de geradores a diesel. Mesmo com a força-tarefa, menos 30% dos serviços celulares, por exemplo, deixaram de funcionar no apagão.
A opção por geradores a diesel para contornar o abastecimento tradicional de energia não é novidade para o setor. Em 2009, um apagão – em novembro – fez faltar luz em 18 estados. À época, os data centers acionaram suas contingências, entre elas, os geradores a diesel. Operadoras também tiveram que mobilizar seus geradores.
Em 2012, o problema se repetiu e a indústria adotou planos de contingências, e de novo, os data centers, tiveram que refazer os estoques de geradores a diesel. Em 2014, mais uma vez, os geradores saíram do limbo. “Energia no Brasil é [um bem] precioso, não só pelo custo, mas também [pela questão da] disponibilidade. Tem muito datacenter que não cresce, porque não tem energia”, afirmava Henrique Cecci, diretor de pesquisas do Gartner. Em 2021, os geradores a diesel voltam à cena, mas há um novo ator: a energia solar. Muitas teles, por exemplo, investem em energia solar para reduzir o gasto da energia tradicional.
*Com agências de notícias