Startup pernambucana capta R$ 3,5 milhões e investe para expandir IoT na saúde
A healthtech brasileira Salvus decidiu investir mais de R$ 3,5 milhões com o objetivo de expandir suas soluções de IoT e ajudar a melhorar o sistema de saúde brasileiro. A iniciativa foi viabilizada após a startup captar recentemente investimento junto a Eretz.bio/Hospital Albert Einstein, ACE Startups, MOR e PPA Capital, bem como a premiação de R$ 1 milhão alcançada no BNDES Pilotos IoT, programa do banco público em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) criado para fomentar projetos de inovação na área. Para implementar o plano de investimento, a startup também contou com aportes da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), além de aplicar investimentos próprios.
De acordo com Maristone Gomes, CEO da Salvus, os aportes serão fundamentais para desenvolver a produção das suas soluções em larga escala e viabilizar a expansão da startup em todo o Brasil. Com 17 colaboradores e sediada em Recife (PE), a healthtech pretende estabelecer também um escritório em São Paulo (SP) e dobrar o número de funcionários até o final de 2020. “Em um momento no qual diversas empresas precisam desligar alguns colaboradores, é um imenso orgulho ter a oportunidade de investir pela melhoria da saúde pública brasileira e contribuir, mesmo que de forma pequena, para a retomada econômica do País”, afirma.
Atualmente a Salvus possui duas soluções que visam melhorar a qualidade de vida do paciente, bem como aperfeiçoar processos de gestão em unidades hospitalares e leitos home care. A primeira é o ATAS O2, que realiza a administração do uso do oxigênio medicinal, fazendo monitoramento do estoque em tempo real, vigilancia e auditoria clínica do tratamento. O equipamento que é acoplado ao cilindro de oxigênio também executa o registro preciso do consumo para a conta médica, alertas automáticos em situações de risco, entre outros pontos. “O dispositivo foi criado principalmente para evitar o desperdício do medicamento”, revela Gomes.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o setor de saúde no Brasil gasta de forma desnecessária entre 20 e 40% dos recursos disponibilizados. Em 2017, essa conta chegou a R$ 100 bilhões, exatamente 20% dos R$ 500 bilhões gastos pelos setores público e privado. “Em tempos de dinheiro escasso, a missão da Salvus é acelerar a implementação de tecnologias IoT no sistema de saúde brasileiro e, consequentemente, evitar o desperdício do consumo de oxigênio medicinal em hospitais e leitos home care”, explica.
Outra solução da startup é o Salvus Home Care, um sistema para gestão integrada do fluxo de trabalho e monitoramento da operação para hospitais e empresas prestadoras de serviço do atendimento domiciliar, possibilitando o controle completo de visitas, protocolos clínicos e evolução dos pacientes. Hoje, a plataforma já é utilizada por 5.600 profissionais de saúde e 1.900 mil leitos do País. “A expectativa é triplicar esses números até o final do ano, possibilitando mais segurança aos hospitais, empresas prestadoras de serviços de atendimento domiciliar, profissionais e familiares na condução do tratamento dos pacientes”, informa o CEO da Salvu.
Fundada em 2016, a Salvus foi criada inicialmente com o foco de reunir em uma única plataforma informações médicas de pacientes para enfrentar a defasagem na unificação e disponibilização dos dados. Porém, ao se aprofundar nos meandros da área da saúde seis meses depois, os sócios-fundadores Maristone Gomes e Caio Cesar, observaram uma questão ainda mais preocupante e que deveria ser solucionada rapidamente: o alto desperdício do consumo de oxigênio medicinal em hospitais e leitos home care, utilizado em diversas situações que exigem a restauração da saturação de oxigênio dos pacientes.