Stefano De Angelis: TIM vai comprar e não ser comprada na consolidação no Brasil
Ao se despedir do comando da TIM Brasil na teleconferência de resultados financeiros do segundo trimestre, realizada nesta sexta-feira, 20/07, Stefano De Angelis assegurou que a consolidação do setor de telecomunicações acontecerá no Brasil nos próximos dois anos, e comemorou a mudança de patamar da TIM. “Há dois anos nós erámos empresa a ser comprada, agora, com os nossos resultados e evolução, seremos um agente dessa consolidação”, exultou.
Sobre a compra da infraestrutura da Cemig Telecom, a TIM Brasil confirmou o interesse. Mas deixou claro que o negócio dependerá do custo final. “Analisamos todas as possibilidades de ampliar a nossa infraestrutura. A Cemig é uma delas, mas temos que aguardar o preço a ser cobrado”, ressaltou Adrian Calaza, CFO da TIM.O leilão da infraestrutura da Cemig Telecom tem preço mínimo de R$ 335 milhões e está agendado para o dia 08 de agosto.
Também questionado sobre o fato de ter perdido a segunda posição no ranking nacional para a rival Claro – em função do forte desligamento de chips no pré-pago – Labriola assegurou que a TIM não está preocupada. “Somos a segunda no ranking de rentabilidade. Não queremos ser líderes em número de chips ativos”, frisou o CFO. O novo CEO da TIM Brasil, Sami Foguel, ex-Azul e ex-TAP, que assume o comando no dia 23 de julho, sustentou De Angelis, manterá o planejamento da operadora, voltado à rentabilidade. “A linha mestra da transformação está definida e será seguida”.
Considerado chave para novos investimentos, a aprovação da revisão da LGT – parada no Congresso – já não é vista com tanto otimismo na TIM. Para De Angelis, infelizmente, a demora em mudar terá consequências, principalmente, porque o Brasil terá um novo governo em 2019. “O PLC 79 não teve ter efeito nenhum nos próximos 18 meses”, lamentou.
Resultados
E os resultados da TIM no segundo trimestre dão conta que a estratégia está obtendo resultados. A empresa registrou aumento de 53,2% no lucro líquido, que alcançou os R$ 335 milhões. A empresa colheu resultados da expansão no pós-pago e dos serviços de ultra banda larga. Também colhe resultado da redução do custo das taxas de interconexão (VU-M).
A receita líquida total ficou em R$ 4,17 bilhões, após aumento de 5,8%. No móvel, a expansão da receita foi de 5,7%, e no fixo, 5,6%. A receita média por usuário aumentou, tanto no móvel, quanto na banda larga fixa da companhia. A ARPU no móvel cresceu 13%, para R$ 21,9. E no Live TIM, subiu 12,7%, para R$ 72,1. O EBITDA, lucro antes de impostos e amortizações, aumentou 12,7%, para R$ 1,56 bilhão. A companhia também ampliou os investimentos no período, em 25,8%. A maior parte (85%) foi para rede de transporte, 4G e TI.
A TIM fechou o segundo trimestre com 56,5 milhões de clientes. O forte desligamento de chips no pré-pago fez a base encolher 16,7%, para 37,4 milhões de acessos. Mas a operadora teve um bom desempenho no pós-pago, onde registrou um crescimento de 20,5%, para 19 milhões. A TIM informa estar com rede 4G ativa em 3.138 cidades. Usando a frequência de 700 MHz, são 1.131 cidades. Atualmente, 68% do tráfego de dados da rede da operadora se dá sobre LTE (4G), e 32% acontece em 2G ou 3G.