Telcomp quer modelo da TV Digital para uso dos postes do setor elétrico
Empresas de telecomunicações estão em pé de guerra com a proposta sugerida pela Anatel e pela Aneel para disciplinar o uso dos postes do setor elétrico. Além de uma frente unida contra o preço indicado e a perspectiva de valor único definido pela agência de energia, o setor ataca o outro pilar da nova norma: a gestão terceirizada.
“Existe uma narrativa falsa de que telecom é 100% responsável pela ocupação desordenada dos postes. As elétricas recebem recursos bem acima dos custos enquanto a remuneração deveria se dar por custo. O valor proposto é uma média de mercado, não é aceitável”, apontou o presidente da Telcomp, Luiz Henrique Barbosa, ao participar nesta terça, 15/2, do seminário Políticas de (Tele)Comunicações, promovido pelo portal Teletime.
Para ele, “o operador da proposta cria risco de judicialização” e seria melhor uma alternativa nos moldes da implantação da TV Digital. “Teríamos um grupo como o Gired, com os conselhos da Anatel e da Aneel, o Ministério das Comunicações e as associações dos setores, para definir regra e diretrizes. E uma entidade abaixo, operacional, de organização dos postes, só com representantes de telecom.”
A implantação da TV Digital criou esses entes a partir do edital do 4G. E a operacionalização se deu com recursos oriundos do leilão. No caso dos postes do setor elétrico, a proposta prevê “um ‘zelador’ local remunerado pela diferença entre o custo e o preço atual”, de forma que “não cria novo custo, usa os recursos já existentes”.
A julgar pelo cronograma da Anatel para o futuro próximo, uma definição sobre a nova resolução dos postes só deve acontecer em 2023.