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Telecom Italia entra em guerra de acionistas com nomeação de novo presidente

A Telecom Italia nomeou no domingo, 18/11, Luigi Gubitosi como novo presidente-executivo, em um movimento visto como sinal de mudança mais agressiva no grupo de telefonia, levando seu antecessor a pedir votação de acionistas sobre a mudança na estratégia da companhia. 

Gubitosi, ex-chefe do grupo de telecomunicações Wind e atualmente comissário da Alitalia apontado pelo governo, sucede Amos Genish, que foi inesperadamente demitido na terça-feira, 13/11, por causa de desacordos com membros do conselho sobre a estratégia. Genish, que criou a GVT e depois dirigiu a Vivo no Brasil, diz ter sido algo de um golpe.

“Enquanto estava no meio de uma viagem de trabalho à Ásia para falar de 5G e depois de o presidente [Fulvio Conti] ter me garantido que não haveria um conselho de administração, eles convocam a reunião e fazem um verdadeiro golpe soviético contra mim”, disse Genish ao jornal italiano La Stampa.

O executivo estava no cargo desde julho de 2017, indicado pelo grupo francês Vivendi, principal acionista da TIM, mas que perdeu uma disputa com o fundo de investimentos americano Elliott pelo controle do conselho de administração, em maio passado.

Segundo Genish, o fundo “conduziu uma campanha secreta para desestabilizar a empresa”. “Podemos nos perguntar se tudo não se deve às duas filosofias que empurram a TIM. Uma é aquela de quem quer o fatiamento da empresa para vender os pedaços, como a Elliott sempre declarou. A outra é aquela de quem, como eu, imagina um grupo industrial integrado e orientado ao pleno aproveitamento do potencial tecnológico a partir do 5G”, acrescentou.


A Telecom Italia controla operadora brasileira TIM. Na semana passada, no dia do anúncio da saída de Genish, os papéis da companhia chegaram a recuar quase 7%. Pouco antes da saída do executivo, o Conselho de Administração da controladora italiana aprovou que a subsidiária brasileira siga em frente com uma tentativa de comprar a Nextel, quinta operadora celular do Brasil.

Genish, que permanece como diretor do conselho da Telecom Italia, disse que buscará o apoio dos investidores para convocar uma reunião extraordinária de acionistas para contestar as mudanças repentinas. É necessário o apoio de 5% dos acionistas para convocar a reunião. Ele disse no domingo que cabe a todos os acionistas decidir uma mudança tão drástica e não apenas um grupo limitado de pessoas.

* Com informações da ANSA e da Reuters

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