Teles estudam ampliar compartilhamento para viabilizar o 5G
Ao discutir as novas fronteiras regulatórias, especialmente na atual transição de um cenário de concessões para a competição plena, o próprio mercado avalia que novas formas de compartilhamento são chave para viabilizar os investimentos necessários para atender as novas demandas, e o crescimento ainda maior do tráfego com a chegada do 5G.
“A situação da infraestrutura passa a ser crítica na perspectiva do 5G, uma vez que o adensamento de rede, de fibra, demanda uso e compartilhamento de infraestruturas que mudam a cadeia de valor. Como o setor vai se reinventar para poder atuar nesses novos mercados e quais os desafios regulatórios que os novos modelos de negócios tendem a trazer?”, provocou o superintendente de competição da Anatel, Abraão Silva.
No workshop sobre o tema, realizado nesta quarta, 13/11, pela Anatel, os principais atores reforçam que apesar de iniciativas já existentes, o compartilhamento precisa avançar para novos modelos. “Já existem soluções de compromissos associados a edital, à substituição de sanções, TACs, multas. Mas o mais importante é a gente entrar na questão do compartilhamento, onde residem as maiores oportunidades”, afirmou o diretor do Sinditelebrasil José Alexandre Bicalho.
Como pontuou, “a tecnologia 5G traz uma ampliação grande de demandas por sites, mas trazem oportunidades de virtualização de redes, que facilitam alguns mecanismos de compartilhamento”. O mais importante, emendou Bicalho, é que o mercado já despertou para isso. “Existe uma percepção das prestadoras de que está na hora de pensar um novo modelo de negócios para a questão da infraestrutura, no sentido de otimizar investimentos, reduzir custos e endereçar todos esses desafios.”
Segundo adiantou, o Sinditelebrasil está trabalhando em propostas. “Temos cenários avaliados e em breve um estudo para discutir com o Ministério e com a Anatel”. Um dos objetivos é superar a dificuldade no uso dos postes do setor elétrico. “Estamos estudando exatamente o crescimento de demanda que vai provavelmente gerar mais receitas para a administração de postes se ele estiver organizado, com mais demanda, com mais gente pagando, sem ocupação indevida. O que parece interessante é um modelo que enderece esse crescimento alto da demanda por postes, até porque não vai ter espaço para todos.”
O diretor do Sinditelebrasil também defendeu “políticas estruturadas intersetoriais, onde papel do Ministério da Economia é fundamental pela visão sistêmica de país”. “É necessário e urgente que todos os setores envolvidos, Elétrico, Telecom, Ministérios, Anatel, outras agências comecem a pensar em novo modelo de infraestrutura compartilhada. Mas as alternativas de modelo ainda carecem de avaliação de impacto não só técnico, mas regulatório e concorrencial.”