Teles europeias pressionam gigantes da internet a custear redes de 5G
Os gigantes da tecnologia dos EUA devem arcar com alguns dos custos de desenvolvimento das redes de telecomunicações da Europa porque as usam muito, disseram os executivos-chefes da Deutsche Telekom, Vodafone e 11 outras grandes empresas europeias de telecomunicações nesta segunda, 29/11.
A chamada dos CEOs ocorre em um momento em que a indústria de telecomunicações enfrenta investimentos maciços em redes 5G, fibra e cabo para lidar com os serviços de dados e nuvem fornecidos pela Netflix e Google, YouTube e Facebook. Os signatários da carta também incluem os CEOs da Telefonica, Orange, KPN, BT Group, Telekom Austria, Vivacom, Proximus, Telenor, Altice Portugal, Telia Company e Swisscom.
Os investimentos no setor de telecomunicações da Europa aumentaram para 52,5 bilhões de euros (R$ 330 bilhões) no ano passado, uma alta em seis anos. “Uma grande e crescente parte do tráfego de rede é gerada e monetizada por grandes plataformas de tecnologia, mas requer um investimento de rede intenso e contínuo e planejamento por parte do setor de telecomunicações”, disseram os CEOs em um comunicado conjunto.
“Este modelo – que permite aos cidadãos da UE desfrutar dos frutos da transformação digital – só pode ser sustentável se essas grandes plataformas tecnológicas também contribuírem de forma justa para os custos da rede”, afirmaram.
Os CEOs não mencionaram nenhuma empresa de tecnologia pelo nome, mas a Reuters entende que gigantes listados nos EUA, como Netflix e Facebook, são empresas que eles têm em mente.
Os CEOs também criticaram os preços e leilões de alto espectro, usados pelos governos da UE como vacas lucrativas, dizendo que eles forçam artificialmente novos participantes insustentáveis no mercado.
As tentativas dos legisladores da UE de descartar as sobretaxas nas ligações dentro da UE também não receberam a devida atenção dos CEOs, que veem esse setor como uma fonte de receita de usuários comerciais.
“Estimamos que eles removeriam à força mais de 2 bilhões de euros de receitas do setor em um período de 4 anos, o que equivale a 2,5% da capacidade de investimento anual do setor em infraestrutura móvel”, disseram as empresas.
Os legisladores da UE têm que discutir sua proposta com os países da UE antes que ela possa ser adotada e podem ter dificuldades para chegar a um acordo.
* Com informações da Reuters