Telecom

Teles: migração dos serviços de TV para a banda Ku coloca em risco o 5G

Diante de estimativas que sugerem elevar em bilhões de reais os valores do leilão do 5G, as operadoras de telecomunicações, por meio de posicionamento oficial do SindiTelebrasil, divulgado nesta quarta-feira, 25/09,  afirmam que “são perfeitamente solucionáveis os eventuais casos de interferência do uso do 5G na recepção de sinais de televisão transmitidos via satélite pela Banda C (TVRO).”

A posição oficial das teles acontece depois da apresentação de propostas de mitigação de interferências baseadas na migração das transmissões para a banda Ku, cujos valores podem chegar de R$ 2,9 bilhões, como apontam estudos da Abratel, a até quase R$ 10 bilhões, segundo discussões de radiodifusores junto à Anatel. Para as empresas interessadas no leilão 5G, esse custo deve ser muitas vezes menor, abaixo de R$ 500 milhões. 

Segundo as empresas, “a possibilidade de interferência sobre a recepção de TV aberta via satélite, pelo uso da faixa de 3,5 Ghz, estará restrita a uma quantidade muito reduzida de domicílios (aproximadamente 5% do total), localizados principalmente nos grandes centros urbanos, pois são as localidades onde o 5G deve ser implementado na frequência de 3.5GHz. Nas regiões menos densamente povoadas, onde está concentrada a grande maioria dos domicílios com TV aberta por satélite, este impacto não deve existir, já que a implantação de novas tecnologias se inicia tradicionalmente pelas maiores cidades do país.”

De acordo com o SindiTelebrasil,  os eventuais impactos, quando ocorrerem, poderão ser mitigados com a utilização de filtros nos domicílios que sofrerem interferência. Essa solução de mitigação da TVRO na banda C já foi testada e se mostra perfeitamente viável e com o menor custo possível, a ser discutido entre todos os agentes envolvidos.

A nota oficial demarca posição com relação às opções colocadas à mesa, como, por exemplo, a migração de todo o serviço para a banda Ku. As operadoras sustentam que essa migração traz “um impacto e uma complexidade muito mais elevados, e estas, sim, colocam em risco o processo de licitação e o desenvolvimento da tecnologia 5G no Brasil.”


A solução, portanto, adianta a nota oficial do SindiTelebrasil, “deve ser aquela de menor impacto financeiro e maior facilidade de operacionalização, não trazendo dificuldades para o processo e garantindo o uso eficiente dos recursos públicos. O tratamento das possíveis interferências precisa ser endereçado no edital, inclusive para trazer segurança jurídica sobre a utilização efetiva da faixa a ser adquirida.”

As operadoras informam ainda que proposta das prestadoras de mitigação tem sido apresentada ao governo e novos testes e que elas contemplam “situações reais não detalhadas nos testes coordenados pela Anatel e realizados em condições de irradiação direta e concentrada de sinais da tecnologia 5G sobre equipamentos TVRO na Banda C, serão feitos no próximo mês e expostos às autoridades brasileiras para trazer maior tranquilidade sobre a solução apresentada.

Uma das medidas de mitigação, adicional à adoção dos filtros, e concomitante à implantação do 5G, seria a migração dos canais de televisão da parte mais baixa da faixa de frequência para a parte mais alta, distanciando o serviço de televisão transmitidos via satélite da faixa de 3,5 GHz a ser utilizada pelo 5G. Essa medida, somada à expansão da cobertura de TV digital terrestre, já reduziria em muito as eventuais interferências.”

As operadoras também sugerem a substituição do amplificador de sinal das antenas parabólicas, que se apresenta com uma solução técnica e operacional mais simples. Conforme as teles, “os eventuais problemas que porventura ainda persistam após a adoção dessas medidas seriam tratados pontualmente”.

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