Teles pisam no freio em 2020 e até setembro aportaram R$ 21,9 bilhões
As operadora de telecomunicações pisaram no freio em 2020 e, até setembro, investiram R$ 21,9 bilhões, o que determinará um aporte de R$ 9 bilhões nos três últimos meses do ano para chegar a R$ 30 bilhões, abaixo do investido em 2019, que ficou em R$ 33 bilhões. “Não sabemos se as operadoras vão aportar esses R$ 9 bilhões, mas podemos ter um resultado abaixo dos R$ 30 bilhões”, afirmou Aluizio Byrro, diretor de Telecomunicações da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee).
A projeção para 2021 é de voltar aos números de 2018, com um investimento de R$ 30 bilhões. “Estamos entendendo que 2020 dependerá muito do 5G. Poderemos ter investimentos das teles se o leilão acontecer no primeiro semestre como prometido. Se adiar, os aportes vão ficar para 2022”, afirmou em coletiva de imprensa online sobre o ano de 2020 na indústria eletroeletrônica, realizada nesta quinta-feira, 10/12.
Paulo Castelo Branco, também diretor de Telecomunicações da Abinee, acredita que o setor possa crescer 10% em 2021 se o leilão acontecer por conta dos investimentos em 5G nas áreas privadas. “As empresas estão muito interessadas em ter suas redes privadas e há uma demanda por infraestrutura”, acrescentou. Um segmento que trouxe bons resultados foi o de Nuvem, especialmente, em função da pandemia de Covid-19. “Ao ir todo mundo para casa, a digitalização avançou muito e a nuvem foi mais utilizada. Nessa linha, também houve um incremento em segurança da informação”, adicionou Castelo Branco.
Resultados
Mesmo em um ano de pandemia, a indústria eletroeletrônica conseguiu encerrar 2020 com um incremento de 4% em seu nível de emprego, que passou de 234 mil em dezembro de 2019 para 243 mil pessoas no final deste ano. As informações foram divulgadas hoje pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em sua coletiva de imprensa anual.
O faturamento da indústria eletroeletrônica deve encerrar 2020 em R$ 173,4 bilhões. Apesar do crescimento nominal de 13% na comparação com 2019 (R$ 153 bilhões), o aumento real foi de apenas 1%, uma vez que a inflação do setor, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), fechou o ano em 12%. A produção industrial de bens eletroeletrônicos apresentou queda de 2% em 2020 em relação ao ano passado. Já a utilização da capacidade instalada caiu de 78% para 75% este ano. A estabilidade no faturamento e ligeira queda produção do setor em 2020 repete desempenho semelhante ao do ano passado, quando também não houve crescimento nestes indicadores.
Para 2021, considerando a projeção de crescimento do PIB de 3,5% e inflação em torno de 3,3% ao ano em 2021, o setor eletroeletrônico espera um crescimento nominal de 12% e real (descontada a inflação) de 7% no faturamento, que deve alcançar R$ 194 bilhões. A Abinee também projeta elevação de 6% na produção e aumento de 3% no nível de emprego, que deve passar de 243 mil para 249,5 mil trabalhadores. As exportações devem crescer 7% (US$ 4,7 bilhões) e as importações, 10% (US$ 31,6 bilhões).