Teles pregam união com gigantes de cloud pela ‘computação única global’
As operadoras de telecomunicações aproveitaram o Mobile World Congress 2023, que começou nesta segunda-feira, 27 de fevereiro, em Barcelona, na Espanha, para anunciar a uníão com os gigantes de cloud computing em nome do que se batizou de ‘computação única global’, considerada uma nova era de oportunidades para o setor de telecomunicações. Inicialmente, os provedores associados ao ecossistema são AWS, Google Cloud e Microsoft, as três empresas de origem norte-americana em uma ação distinta da tomada com as chamadas big techs.
“A colaboração de todos será fundamental para criarmos uma nova era a partir da digitalização. A colaboração faz todo mundo crescer e nos permite alcançar a sustentabilidade. Nossa jornada está apenas começando para construímos a ‘earth computing’, ou a computação única global, onde temos a união do software, do hardware e da conectividade”, disse José María Álvarez-Pallete.
O CEO da Telefónica lembrou que entre 2022 e 2032, o tráfego de dados vai crescer 24 vezes e associados à cobrança por velocidade, mobilidade, segurança e privacidade chegam também à exigência por baixa latência, mais e mais capacidade, mais e mais processamento e personalização. “Não tenham dúvida, a nova conectividade é muito, mas muito sofisticada. Saem o cobre, o 2G, o 3G, o 4G e entram o 5G, entram Web3 Company. Nós precisamos das empresas de cloud e elas precisam de nós. Temos uma grande oportunidade de negócios surgindo”, adicionou o executivo.
Mais do que um discurso, foi feita uma ação efetiva: o lançamento do GSMA Open Gateway, voltado para criar um ecossistema aberto de desenvolvimento de APIs reunindo 21 operadoras, que atendem 3,8 bilhões de pessoas globalmente. “Estamos construindo a maior plataforma de APIs do mundo. Asseguro que é a mais importante associação tecnológica do mundo. Estamos unido software, hardware e conectividade para se ter serviços digitais mais acessíveis. Estamos redesenhando o setor de telecomunicações”, preconizou Pallete.
O CEO da Telefónica foi provocador: disse que o setor de telecomunicações é protagonista da disrupção há 150 anos, desde que houve a primeira chamada de voz, ou há 30 anos, quando surgiu a indústria móvel. “Somos vanguarda e, agora, temos uma mudança batendo à porta que é a era da comunicação com a interseção das teles, computação, inteligência artificial e Web3”, completou.
*Ana Paula Lobo viajou a Barcelona a convite da Huawei do Brasil