Teles querem antecipar cronograma do 5G
Encerrado o leilão do 5G e conhecidas as vencedoras, começa o processo de liberação do uso das frequências e a implantação de rede para oferta do serviço. O edital da Anatel prevê 5G comercial nas capitais até fins de julho de 2022. As empresas até esperam começar antes disso, mas primeiro é preciso “limpar” da faixa próxima aos 3,5 GHz a recepção de antenas parabólicas.
A Anatel sinalizou às empresas uma data preliminar, 13 de dezembro, para a assinatura dos termos de uso. Em seguida, começam a funcionar a Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) e o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.626 a 3.700 MHz (GAISPI). Formados por Anatel, governo e teles, os grupos é que darão sinal verde para eventuais antecipações de uso do espectro – e consequentemente, das ofertas de 5G.
Burocracias à parte, as três grandes operadoras sinalizam interesse em antecipar o cronograma previsto no edital. “Vamos promover, de forma acelerada, o acesso digital para o maior número de pessoas e empresas em todo o país”, resume o presidente da Vivo, Christian Gebara. Já o vice presidente da TIM, Mario Girasole, diz que os termos do leilão vão permitir que o Brasil ultrapasse a cobertura de países que começaram antes.
“No Brasil, o leilão teve características diferentes de outros países. Muito espectro, em leilão não arrecadatório e bandas simétricas, ou seja, blocos todos iguais. Essa combinação gerou os 15 proponentes. Em outros países, onde não tinha todas essas coisas todas presentes, não se apresenta o desenvolvimento do 5G que vemos no horizonte para o Brasil. Daqui dois anos, o Brasil terá mais 5G do que alguns países que fizeram leilões antes, mas com modelos que não estimularam investimentos”, acredita Girasole.
Em nota, a Claro destaca que a nova geração trará o desenvolvimento de casos de uso para diversos setores, como Indústria, Agricultura, Saúde, Educação, Entretenimento e Cidades Inteligentes”. De forma semelhante, o sindicato nacional das grandes teles, a Conexis, aponta que “os investimentos que serão realizados pelas empresas, não só com a aquisição das outorgas, mas principalmente para implantar os compromissos de cobertura e expansão dos serviços, vão impulsionar de maneira significativa a economia digital, a implantação da Internet das Coisas e o crescimento da produtividade e do bem-estar”.
A indústria de transformação é forte candidata a se aproveitar da nova geração, como lembra o presidente em exercício da Confederação Nacional da Indústria, Glauco Côrte. “Entre os ganhos possíveis do 5G para a indústria, por meio da internet das coisas, estão a melhor adequação do estoque à demanda do mercado, a customização de produtos de forma ágil à necessidade dos clientes, a redução de desperdício e consequentemente do custo, além do aumento da segurança do trabalhador a partir da realização de atividades de risco por máquinas”, afirma.