Telecom

Teles trocam toda a base de pré-pagos a cada dois anos

Um estudo feito em oito países onde predominam os planos pré-pagos de celular mostra que as constantes trocas de chips pelos clientes fazem com que as operadoras móveis troquem toda a base desses assinantes a cada 21 meses. A tentativa de capturar e manter clientes, no entanto, tem custos. Mesmo nos casos em que não há crescimento da base. Só no Brasil, Argentina e México as perdas com o que o mercado chama de ‘churn’ foram de R$ 800 milhões.

“Nos mercados latino-americanos analisados, o alto churn está tendo impacto direto no resultado final das operadoras. No ano passado, 100% dos gastos com aquisição de assinantes foram devotados à substituição sem que houvesse crescimento nos mercados do Brasil, Argentina e México. Esses custos de aquisição representaram 2,8% do Opex pré-pago e 1,6% da receita. As operadoras nesses mercados gastaram US$ 220 milhões para substituir clientes”, diz o relatório.

Elaborado pelas consultorias americanas Juvo e Strategy Analytics, o estudo se valeu de análises sobre o desempenho operacional e financeiro de 29 operadoras móveis nos três latinos já citados e também na Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia e África do Sul. “Embora o pré-pago seja a forma dominante de conexão móvel, com 71% dos acessos globais, ou 5,7 bilhões, e 32% das receitas, ou US$ 265 bilhões (R$ 990 bi), esse é um espaço em que muito pouca pesquisa foi realizada”, diz o relatório.

A atenção com esse mercado específico faz todo sentido. Como mostra o estudo, a lucratividade é alta, com margens Ebitda das receitas de serviços do segmento pré-pago situando-se entre 40% e 50% nos latinos – beira os 55% na Malásia e na África do Sul. E está nos 40% no Brasil, segundo o relatório. No entanto, as taxas de churn são também consideradas altas, entre 3,1% e 5,2% por mês, apenas entre Brasil, Argentina e México – sendo de 5% no Brasil. Daí o índice que passa dos 60% ao ano. “Significa que, em média, as operadoras devem substituir totalmente sua base de assinantes pré-pagos a cada 21 meses”.


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