Torii: rede zumbi usa robôs para roubar informações de dispositivos IoT
Uma nova rede zumbi está ameaçando dispositivos de internet das coisas (IoT). Um grupo de pesquisadores da empresa de cibersegurança Avast analisou uma nova e sofisticada rede zumbi, batizada de Torii, que usa técnicas mais avançadas e tem como alvo uma ampla gama de dispositivos IoT. Ao longo deste ano, cresceram as variantes de redes zumbis Mirai e Qbot, após o vazamento do código-fonte da Mirai na rede.
Os pesquisadores Jakub Kroustek, Vladislav Iliushin, Anna Shirokova, Jan Neduchal e Martin Hron analisaram pela primeira vez o novo ataque, por meio dos dispositivos inteligentes sequestrados. Eles explicam que, ao contrário de outras redes zumbis de dispositivos IoT, a Torii procura se esconder e manter-se viva depois de infectar os dispositivos.
Essa rede (ainda) não faz ataques DDoS comuns nas redes zumbis, nem ataca todos os dispositivos conectados à internet e nem mesmo minera criptomoedas. Em vez disso, a Torii rouba informações confidenciais dos dispositivos infectados e, devido a sua arquitetura modular, é capaz de buscar e executar outros comandos avançados. Tudo isso escondido por trás de várias camadas criptografadas.
Segundo a Avast, a Torii pode infectar uma ampla gama de dispositivos e arquiteturas, incluindo MIPS, ARM, x86, x64, Motorola 68k, PowerPC, SuperH e outros. Definitivamente, é o ataque que atinge o maior conjunto de equipamentos diferentes já visto pelos pesquisadores da Avast. De acordo com o grupo, a operação está em andamento desde dezembro do ano passado ou antes, surgindo no tuíte de @VessOnSecurity. Segundo este pesquisador, os ataques chegavam através da rede Tor e, por isso, foi nomeada rede zumbi Torii.
O ataque mira as credenciais fracas (usuário e senha) dos dispositivos IoT. Quando o código detecta a arquitetura do dispositivo, ele usa vários comandos para baixar e executar com sucesso os comandos criptografados. Então, para se manter viva e ativa na rede, a Torii “blinda” a próxima fase por seis métodos, sempre por criptografia.
A seguir, um código robô executa os comandos do servidor CnC e conta com várias técnicas para se esconder de possíveis programas de segurança de rede. Por exemplo, durante 60 segundos, hiberna o robô e usa nome de processos aleatórios para evitar a sua detecção imediata por listas negras.